Lutamos por uma banca saudável e solidária. Lideramos o melhor sistema de saúde em Portugal. Gostamos de coisas boas e com estilo. De produtos e serviços únicos. De pessoas com convicções e de uma boa conversa. De vinhos bons, que não têm que ser caros. Gostamos do ar livre, do mar e do sol. Do design e boa arquitectura. Achamos que a Economia, Política e a Fé (seja lá o que isso for) fazem o mundo girar. Adoramos o Benfica. Amamos os nossos filhos.
segunda-feira, dezembro 19, 2005
EU averts crisis as budget talks end in success
17.12.2005 - 04:39 CET | By EUobserver
EUOBSERVER / BRUSSELS - "We have an agreement on the financial perspectives", UK prime minister Tony Blair announced at 03:00 in Brussels on Saturday (17 December) after two days of nervous negotiations.The deal averts the threat of deep political rifts within the EU as well as delays over further enlargement, with Macedonia on Saturday gaining EU candidate status.Under the compromise, EU spending in 2007-2013 will not rise above 1.045 percent (€862.4 billion) of the union's gross income; the UK will give €10.5 billion off its rebate; there is no commitment to reform either the UK rebate or the common agricultural policy (CAP) before 2013.On top of this, Poland will be the largest beneficiary of EU cohesion spending, pocketing €59.7 billion, and the Netherlands got the €1 billion it wanted off its national contribution."Britain's strong relationship with the new countries has been safeguarded", Mr Blair said, stressing that the UK rebate "remains in full" as far as CAP spending in the old member states is concerned.His old nemesis, French president Jacques Chirac, praised Mr Blair's "intelligence and courage", adding:"We have a deal, a good deal for Europe, which provides sufficient means to finance its ambitions for the European Community and for enlargement."European Commission president Jose Manuel Barroso indicated the compromise was "not everything the commission wanted", but that "Europe avoided paralysis."Poland ecstatic Polish prime minister Kazimierz Marcinkiewicz punched his hand in the air and said "Yes! Yes! Yes!" in reaction to the agreement."It is for this kind of compromise that we came here", he said, adding "We will use it to chase the richest countries in Europe."The Polish leader revealed that after all 25 EU members had signed up to the budget deal, German chancellor Angela Merkel took €100 million of aid designated for German regions and gave it to Poland. "This is a beautiful, excellent gesture, hard to measure in zloty or euro because it is a gesture of solidarity", he indicated. He explained that the key to the agreement was a spending compromise between the UK, France and Germany.He also singled out the "good ghost" of Luxembourg prime minister Jean Claude Juncker, who helped keep relations friendly even as Poland twice threatened to walk out of the talks on Friday.Macedonia on its way into EUThe budget deal allowed EU leaders to approve official EU candidate status for the Former Yugoslav Republic of Macedonia, which France had threatened to veto in the event of no budget deal.EU leaders recognized Macedonia's "substantial progress" in securing minority rights and implementing its Stabilisation and Association Agreement with Brussels.But their formal conclusions made clear Skopje's new status did not automatically mean the opening of accession talks, with member states referring to the union's own "absorption capacity" as one of the benchmarks for taking further steps.Macedonia now joins Croatia and Turkey, which became EU candidates in October.Meanwhile, a tired set of 25 EU leaders climbed back into their limousines and headed home to begin the process of selling the new finance deal across Europe.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Será que Rafael Benitez tem razão?
terça-feira, dezembro 13, 2005
Paulina Poriskova: a musa dos anos 80
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Benfica-2-Manchester United-1
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Alguns momentos do Jantar da AMBA na Gare Marítima
Jantar da AMBA - Nova Imagem; um ano de mandato da Direcção 2004/2007
Gare Marítima de Alcântara, dia 24 de Novembro de 2005.
Jantar promovido pela Associação dos Antigos Alunos do Mestrado em Gestão (MBA) da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (AMBA).
O maior evento de sempre promovido pela AMBA. 360 associados presentes.
Paulo Alexandre Gonçalves Marcos abre a noite dirigindo-se aos presentes.
quinta-feira, novembro 10, 2005
Leis e leis... ou a falta de moral.
Enquanto lá continuar não pára :
Observe-se a diferença entre estas duas leis, ambas aprovadas na Assembleia da República no dia 28 de Julho de 2005:
Lei n.º 3/2005:
Determina a não contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão nas carreiras e o congelamento do montante de todos os suplementos remuneratórios de todos os funcionários, agentes e demais servidores do Estado até 31 de Dezembro de 2006.
Foi publicada no dia 29 de Agosto, entrando em vigor no dia seguinte à da publicação: a partir de 30 de Agosto, o tempo de serviço não conta e por esse motivo os funcionários não progridem na carreira.
Lei n.º 2-A/2005:
Altera o regime relativo a pensões e subvenções dos titulares de cargos políticos e o regime remuneratório dos titulares de cargos executivos de autarquias locais.
Foi publicada no dia 10 de Outubro, entrando em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao da publicação: entretanto os autarcas já tomaram posse e não são abrangidos pela Lei.
Esta Lei "esteve de férias" e voltou ao parlamento para aprovação final (?) a 15 de Setembro (nesta altura o tempo de serviço e o consequente congelamento de carreiras dos funcionários já estava em vigor há mais de quinze dias!!!). Depois "esteve na gaveta" e só foi enviada ao Presidente da República a 4 de Outubro (mas salvaguardando que "a presente Lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao da publicação").
Recorde-se finalmente a euforia do Eng.º Sócrates a anunciar à comunicação social a alteração da Lei, explicando que agora os sacrifícios eram para todos, a começar pelos políticos!...
Sem comentários...
segunda-feira, outubro 31, 2005
O estado da Justiça: a greve de juízes, funcionários, magistrados,...
Não vou mencionar todos os argumentos que mencionam a contradição entre ser orgão de soberania e fazer greve...
No espírito deste blog quero apenas citar um conjunto de aspectos que me parecem relevantes e ainda não suficientesmente dissecados na imprensa ou na blogsfera, a saber:
- a lentidão e morosidade da justiça portuguesa são co-responsáveis pelo atraso económico português: são sinais errados aos agentes económicos ao reduzirem o grau de confiança nos negócios; sem confiança não existem níveis adequados de transacções, de investimento, de criação de empregoetc. Baixos níveis de confiança entre cidadãos originam sempre baixos níveis de desenvolvimentoc económico!
- a originalidade portuguesa de os juíezes não responderem perante os cidadão nem perantes os representantes políticos dos cidadãos; talvez reflexo do excesso de intervenção do Partido Republicano (primeira república) ou da União Nacional (segunda república), o regime saído do 25 de Abril criou um enquadramento quase únicoem que não existe uma autoridade suprema, eleita e responsável; ao arrepio do que os países com longas tradições de independênciaa e autonom dos tribunais , mormente os que adoptam a common law como fonte principal do direito.
sábado, outubro 01, 2005
Lusíadas, excerto do canto décimo
Quando as fermosas Ninfas, cos amantes
Pela mão, já conformes e contentes,
Subiam pera os paços radiantes
E de metais ornados reluzentes,
Mandados da Rainha, que abundantes
Mesas d’altos manjares excelentes
Lhe tinha aparelhados, que a fraqueza
Restaurem da cansada natureza.
You were the best of loves
You were the worst of loves
And you left behind several unintended gifts
Through you I re-recognized my need (uh, desire?)
for one significant other to share my life space with.
You commanded in me an unwilling re-evaluation
of self, behavior patterns,
relationshipping and a
corresponding change of attitude; i.e: growth
I'm nicer to people.
I'm more in touch with my feelings,
the things and persons around me.
Life.
And of course, a scattering of poems,
the best of poems, the worst of poems.
That never would have happened without your disruptions.
Thanks.
Smiling is contagious
you catch it like the flu,
When someone smiled at
me today, I started smiling too.
I passed around the corner,
and someone saw my grin -
When he smiled I
realized, I'd passed it on to him.
I thought about that smile,
then I realized its worth,
A single smile, just like mine,
could travel round the earth.
So, if you feel a smile begin,
don't leave it undetected -
Let's start an epidemic quick
and get the world infected ! ! !
Author Unknown
segunda-feira, setembro 05, 2005
Katrina, o petróleo, o preços dos automóveis, o consumo de combustíveis, o Benfica, etc
Do Katrina que superou as expectativas negativas que sobre ele existiriam. Que galgou os diques e que deixou um rasto de destruição sem precedentes. A fazer lembrar a ficção pós-nuclear dos filmes da série Mad Max...
Que o valor médio dos automóveis adquiridos em Portugal no primeiro semestre do ano aumentou quase 7%, fruto de uma deslocação para motorizações mais elevadas! Em alturas de crise económica, não deixa de ser sintomáticom como a posse e exibição do automóvel tem um poderoso efeito de bem-estar psicológico...
Mas o consumo de gasolina e de gasóleo cairam no semestre pretérito, o que provavelmente resulta da crise económica. Mantém-se ou aumenta o grau de ostentação mas diminuiram as idas " à terra" e ao Algarve...
O Benfica contratou reforços já em fecho de prazo. Um grego armador de jogo e um avançado italiano internacional. Aparentemente bons jogadores, conquanto o italiano jogue como segundo avançado (na posição do Nuno Gomes) e o grego como médio interior esquerdo (a posição do russo Kariaka). Ou seja, talvez ainda não tenhamos as soluções para o miolo e para a cabeça de área de que o clube tanto necessitava...
quinta-feira, agosto 25, 2005
Leituras de férias: Trabuelo, Chico Buarque, etc
O primeiro, "Budapeste" de Chico Buarque de Holanda. O compositor brasileiro é uma verdadeira revelação na prosa, assimfazendo jus a muito favoráveis críticas que tinha recebido esta sua obra.
"Diários de Salazar" de António Trabuelo. Estreia deste escritor que é médico na vida profissional. Uma edição da Parceria A.M. Pereira. Meio ficção meio realidade. A história de Salazar a partir de seus diários, com muita e saborosa ficção à mistura. Realce para a lucidez, a fina inteligência e o pensamento estratégico de nosso antigo governante. Verdadeiramente notável. Julgo que à medida que os arquivos de Salazar, recentemente abertos, forem alvo de investigação e estudo, mais saberemos sobre o estadista e provavelmente velhos estereótipos se desvanecerão...
quarta-feira, agosto 24, 2005
sexta-feira, julho 29, 2005
Liberdade, por Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
16-03-1935
sexta-feira, julho 22, 2005
Luís Campos e Cunha saiu
Um dos melhores professores, pedagogicamente falando, que tive.
A sua entrada no Governo teve um forte significado político. Um homem da esquerda moderna. Inteligente e sensível.
Mas os Governos socialistas são feitos de homens políticos, pressionados por quotas de popularidade. Afinal são políticos profissionais que sabem que estar na oposição significa o fim do bem estar material e da projecção social. Que não têm um lugar esperando por eles no final de mandato.
Fez bem em sair. Julgo até que se deveria ter demitido. Afinal o Conselho de Ministros não lhe dava espaço. Teve necessidade de escrever um inócuo texto no jornal "Público" para poder defender que mesmo o investimento público deve ser racional. Em linguagem económica, que deve ter subjacente um estudo de viabilidade económica-financeira. Quanto custa e que benefícios vai produzir:tudo quantificado e acessível aos cidadãos.
Em Portugal isto só funciona com a ditadura do ministro das finanças: foi assim com Salazar, Cavaco e Manuela Ferreira Leite. E com excepção desta última, proeminentes ministros das finanças que se tornaram primeiro ministros. Mas Sócrates parece ser teimoso, pouco tolerante com potenciais rivais de forma que eliminou a dissenssão pela raíz...
sábado, julho 02, 2005
A competência aos 66 anos
Os pouco atentos diziam que ele estava acabado. Que fora ultrapassado por novos treinadores, mais ambiciosos. Que fora um fracasso na selecção italiana. Como foram levianos e apressados! Sabe da poda como poucos, o italiano. E o nosso 6 dedos sempre ao lado? O seu carisma, a gestão do balneário, o galvanizar dos adeptos. Que agora vai ser substituído pelo seu antigo ala esquerdo, destino preferencial dos seus passes... há cada ironia na vida...
Não vos oiço! O que dizem agora!
Cabo Verde, os Palop´s, o Benfica e Luís Vieira
Estive em Cabo Verde aquando de decisivo Benfica-Sporting em Maio. E quando o Benfica marcou o golo, a vila de Santa Maria saíu à rua. Literalmente. Durante a semana que antecedeu o jogo vi várias centenas de pessoas com camisolas do Benfica, na sua actividade quotidiana: comerciantes ambulantes, trolhas, empresários da restauração, funcionários públicos, militares de G3 a tiracolo em que debaixo da farde se avistava a camisola rubra.
Os festejos pela vitória do Benfica em Cabo Verde fariam empalidecer de vergonha os festejos pela vitória do Benfica no campeonato, uns dias depois, no Marquês de Pombal, nos Restauradores, na Guarda, em Viseu.
Como diriam os castelhanos, afición a sério é em Cabo Verde. Mas pelo que me contam também em Luanda, em Lourenço Marques (sim, eu sei...).
Agora já percebo de onde vêm os seis milhões de benfiquistas. é a contar com os nossos amigos dos Palop´s!
Força Sócrates! For those about to rock we salut you!
Mas foste bravo em segurar o teu ministro da finanças, um particular amigo meu. Não deve ser fácil. Bravura também quando resolveste ignorar o teu eleitorado, o partido dos funcionários públicos.
Quando duma penada incorreste na ira de quase todos os teus eleitores: os polícias, os professores, os médicos, os enfermeiros.
Quando deste o exemplo cortando as sinecuras dos representantes do povo.
Estranhamente tiveste tanto trabalho e coragem mas ainda nada disseste sobre o que se segue:
- que vais proceder á captação de receitas extraordinárias;
- que lá para o final da legislatura vais introduzir portagens em mais de metade das Scut´s;
- que vais ter que cortar nas prestações sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego e de doença;
- que vais ter que deixar que o sector cooperativo, concordatário e privado concorra em quase igualdade de circunstâncias no ensino superior;
- que vais emagrecer o orçamento das universidades públicas;
- que vais tornar a aumentar os impostos;
Em suma, que provavelmente a contestação social que enfrentas é apenas a ponta do iceberg do que te espera... mas que as medidas que agora tomas apenas são paliativos que não deverão ser suficientes para salvar o Estado Social. Que Marcelo Caetano primeiro, Vasco Gonçalves depois, Cavado Silva em especial e Guterres/Ferro Rodrigues construiram.
Que tal como tens tido coragem para estes combates em defesa dos teus paliativos, pena é que tenhas recorrido ao estilo "coelhone", trauliteiro, rasteiro, para lançar a questão de novo referendo sobre o aborto por alturas das presidenciais. É foleiro, desrespeitador do povo. Mas vais embaraçar Cavaco. Que te vai pagar, demitindo-te um ano depois de tomar posse como presidente. Porquê Sócrates não usares a tua cabeça e livrares-te da "tralha guterrista" de vez?
sexta-feira, julho 01, 2005
quinta-feira, junho 30, 2005
O interesse público e o aborto privado
O 'interesse público' e o aborto privado Alexandra Teté *
Na passada terça-feira, o senhor ministro da Saúde anunciou que vai recorrer a clínicas privadas para garantir às mulheres portuguesas um aborto legal, quando este não é "resolvido" nos hospitais públicos. Assim, seria prosseguido o "interesse público", torneando o alegado incumprimento da lei naquelas instituições e a invocação de objecção de consciência por parte dos médicos. Não sabemos bem se esta é uma determinação do Governo ou o desabafo de uma aspiração pessoal do senhor ministro com os jornalistas. De qualquer modo, trata-se de uma orientação "chocante", precipitada e perigosa, como passo a explicar.Em primeiro lugar, não está provado que em Portugal os hospitais incumpram a lei. Não se conhecem números, queixas, relatórios, etc. Infelizmente, sobre esta matéria pouco ou quase nada sabemos. Por isso mesmo, é da maior importância o famoso estudo encomendado pelo Parlamento para conhecer realmente a realidade do aborto (legal e clandestino) em Portugal, que finalmente foi aprovado. Parece que o senhor ministro prefere as suas suspeitas.Por outro lado, não se vê porque é que nas clínicas privadas estaria garantida a uniformidade de critérios que se alega faltar nos hospitais públicos. Não se compreende porque é que os critérios que seriam seguidos nas clínicas privadas seriam mais justos, razoáveis ou equilibrados que os que vigoram nos hospitais públicos. Nem se percebe porque é que nas clínicas privadas haveria menor recurso à objecção de consciência.Será que se está simplesmente a tentar legalizar um conjunto de clínicas que não só trabalham em Portugal de forma ilegal como praticam o aborto a pedido? A notícia de terça-feira neste jornal "Não dá jeito agora o bebé, não é?..." parece apontar nessa direcção.É difícil perceber qual é a ordem de prioridades deste Governo e, em particular, do senhor ministro da Saúde, nos assuntos relacionados com a saúde dos Portugueses. Há dias afirmava ser "irrelevante" que milhares de Portugueses estejam em lista de espera para cirurgias nos hospitais. Porque não se lembrou o senhor Ministro de protocolar estas cirurgias com clínicas privadas? Não são estas do interesse público?Ou será que na base desta preocupação do senhor Ministro da Saúde com o "interesse público" está a secreta esperança de que as clínicas privadas não sejam demasiado escrupulosas e dispensem pruridos de consciência? Assim, o senhor Ministro conseguiria liberalizar o aborto, na prática, passando-o para o sector privado e para a opacidade, a expensas dos contribuintes. E porquê esta prioridade nas vésperas de um referendo que se assume vir a liberalizar o aborto? Porque a liberalização do aborto, para alguns, corresponde a uma obsessão ideológica uma obstinação radical em recusar o valor intrínseco da vida humana. Senhor ministro: é isto o "interesse público"?*Associação Mulheres em Acção
IE lagging behind Firefox
"Mozilla's Firefox browser has steadily been gnawing away at IE's market dominance. Many like its features and increased security"
To all Firefox advocates (such as my self), how does this affect your usage on Firefox and this move with Microsoft?
Mudar para o FireFox
Chama-se Firefox e está a tomar de assalto o planeta dos cibernautas menos que leigos.
www.firefox.com (e serão redireccionados para uma página de download).
sexta-feira, maio 20, 2005
O que é ser conservador e o novo Papa
O que é ser Conservador?
Num dos seus textos mais fecundos, inserido como postscriptum à sua obra maior The Constitution of Liberty, o economista e filósofo austríaco naturalizado americano, Friedrich Hayek, questionava-se porque - apesar de o tentarem designar como tal - não se achava um conservador. Num tempo - lembrava logo a abrir - em que a maior parte dos movimentos que se pretendem progressivos advogam as mais amplas restrições à liberdade individual, todos os que acarinham o valor da liberdade devem colocar as suas energias ao combate a estes movimentos. Nesta empresa, [os defensores da liberdade] encontram-se, muitas vezes ao lado dos que habitualmente resistem à mudança, embora de um ponto de vista substancial as suas posições sejam as mais díspares. E continua: "o conservadorismo propriamente dito é caracterizado por um atitude legitima, provavelmente necessária, e largamente difundida de oposição à mudança drástica". "Tal ideologia tem tido, após a Revolução Francesa e por um século e meio um papel relevante na política europeia e até ao advento do socialismo o seu opositor foi o liberalismo" conclui.
Reconhecendo-se partidário do que designa pelas ideias liberais ou o "partido da liberdade" Hayek dissipa a mais breve insinuação de confusionismo, referindo que a mais decisiva objecção a qualquer conservadorismo que seja digno de ser designado como tal é o facto de não se poder apresentar como alternativa à direcção para o que o mundo se dirige, mesmo que procure resistir às tendências actuais, atrasando desenvolvimentos indesejáveis mas revelando-se incapaz, porque não acrescenta outra direcção, de prevenir tais desenvolvimentos. A esta guerra de razões entre conservadores e progressistas, Hayek contrapõe a necessidade do liberal questionar não "quão depressa ou até onde" o mundo caminha, mas para onde ele vai. Ou seja, o liberal não é adverso à evolução e à mudança em si e. Quando a mudança espontânea [promovida pela sociedade] é dificultada pela intervenção do governo, o liberal deve exigir a mudança dessa política. Para o liberal o que é mais necessário no mundo é a remoção criteriosa dos obstáculos ao livre crescimento. Isso não significa [Hayek lembra as instituições americanas] que não seja possível defender-se - a um só tempo - a liberdade individual e instituições há muito estabelecidas. Ou seja, a mudança pela mudança é absolutamente estéril como o conservar por recusar o que é novo [por ser novo] inconsequente.
Revi-me na exegese deste texto notável de Friedrich Hayek, a propósito do debate cordato mas já crispado entre "progressistas" e "conservadores", sobre a personalidade e orientações teológicas de Joseph Ratzinger, o novo Papa Bento XVI. Na imprensa portuguesa e internacional, vários têm sido os testemunhos destinados a explicar a escolha da Cúria Pontifícia, ao 4.o escrutínio, adivinhando no magistério do novo Papa linhas de fractura sobre os avanços doutrinários do Concílio Vaticano II, resistências à questão das vocações religiosas, diatribes à separação entre ensino laico e o ensino religioso, ambivalência no diálogo entre obra evangélica e preservação da herança da modernidade. Minagem à convivência, diria Santo Agostinho, entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens. Num tom mais sensacionalista, outros explicam-no por um ajuste de contas entre a Opus Dei e a os esquerdistas da Igreja da América Latina.
Tenho alguma dificuldade em me situar nesta polémica, como livre-pensador e alguém de fora da Igreja que se revê [e se basta] numa espiritualidade exclusivamente deísta. Não deixo, no entanto, de ser sensível a alguns argumentos aduzidos e interrogo-me, também, se a Igreja terá feito uma escolha à dimensão dos desafios que tem[os] adiante depois da personalidade fascinante e singular de João Paulo II. Ou para abreviar razões se se terá limitado a seguir a sua vocação. A Igreja Católica tem hoje um prestígio, uma visibilidade, uma legitimidade e uma "leitura" multicultural que não encontra paralelo na história, para cá do Cisma de Avinhão. Representando o que Max Weber chamou um Poder Tradicional, a Igreja constitui uma referência incontornável no mundo, um sujeito de relações internacionais relevante e um poder carismático que atrai multidões, dentro e fora do "rebanho" cristão. Poderá mesmo falar-se [cito Oriana Fallaci de cor, do impressionante A Raiva e o Orgulho] num renascimento da ideia "Civilização Cristã" como combinação única da herança do iluminismo e da vitória da Razão sobre o irracionalismo com a doutrina social da Igreja da dignidade natural do Homem, da inalienabilidade e intemporalidade dos direitos fundamentais. Nascemos - malgré todo o nosso afirmativo laicismo e ateísmo à francesa - numa paisagem de igrejas, de conventos, de Cristo, da Virgem, de sinos e referências religiosas, diz Oriana. O que nos ajuda a encontrarmo-nos na nossa dimensão de Europeus e Ocidentais.
Este é o legado que Joseph Ratzinger toma. Quando afirma que "estamos a avançar para uma ditadura de relativismo que não reconhece nada como certo e que tem como objectivo central o próprio ego e os próprios desejos" [missa na Basílica de S. Pedro, 18.04.2005] não lhe posso deixar de lhe conceder razão embora tema o que a asserção possa ter outra leitura: o facto de a alguns ser conferido, por predestinação, o poder sacro de nos dizer o que é verdade e não é. Não nos questionamos com a falta de referências morais e éticas num mundo que dificilmente aceita a diversidade e o pluralismo? Não nos queixamos, como professores, da falta de valores morais dos jovens, da sua ausência de porquês, da sua rendição ao hedonismo e consumismo mais estéreis? Então porque somos avaros em criticar o relativismo esconso? Porque fica mal, porque é bota-de-elástico?
Qual é a validade de uma moral de autenticidade que ficciona a liberdade singular do Sujeito não apenas como a condição necessária, mas como a condição suficiente da moralidade? Se a liberdade do singular Eu é o único valor que se me impõe, objectivamente, porque é a expressão da minha liberdade, do meu livre arbítrio, seja o que for que eu faça - desde que seja autêntico [isto é, sincero comigo mesmo] - é verdadeiro, no plano moral. Até onde nos pode levar tal relativismo moral? À ausência completa de valores universais e perenes? Ao arbítrio da pura liberdade,
A questão não está - parece-me - em a Igreja escolher um Papa conservador ou reaccionário, mas provavelmente em perceber qual é o seu projecto [para onde vai agora] e se deve modificar os seus postulados principais, em matéria de doutrina, para apaziguar uma certa linha de pensamento que quer a sua transformação democrática, a descentralização do processo decisório, a banalização das elites ou a consensualização do dogma, dentro de um caldo de euforia participativa.
Se consigo antecipar a postura intelectual do novo Papa, não é esse o caminho por onde se apresta a levar a Igreja. E por uma razão muito simples. É que no dia em que a Igreja ceder ao que é fácil porque é popular nega a sua natureza como comunidade de fé e élite moral. Para usar um velho aforismo nas questões de fé crê-se ou não. Não se discutem.
Terá a Igreja que evoluir? Seguramente, porque é para além de uma instituição espiritual uma instituição terrena. Desde logo na relação com os fiéis de outras religiões, com a enorme bolsa muçulmana que vive nas nossas cidades e com quem é tão dificil interagir. Com as novas crenças evangélicas que tomaram de rompante as Américas e hoje se alcandoram à Europa, num sentido de comunidade que só se lembra na Igreja antiga, a de Jerusalém. Também com os que se reivindicam do livre pensamento, do laicismo, do escocismo e que tão injustamente têm sido tratados por algumas das suas instituições. Deve fazê-lo, no entanto, sem o pecadilho da soberba e da arrogância moral que assinalam o rasto sangrento e cruel da Inquisição.
São estes alguns dos desafios que se colocam ao novo Papa Bento XVI. Conservare mas sem romper com a dimensão preciosa da modernidade que é a metade universalizante do cristianismo.
sábado, abril 30, 2005
Contra o aborto somos todos: nota da Associação Maternidad e Vida
Hipocrisia e Desprezo - Nota de Imprensa da Associação Maternidade e Vida
O Partido Socialista apresentou na Assembleia da República duas propostas legislativas relacionadas com a questão do aborto.
Por um lado, pretende o PS que seja realizado um referendo sobre a descriminalização total do aborto realizado nas primeiras DEZ semanas de gravidez. Trata-se do cumprimento de uma promessa eleitoral do PS, da qual todos os eleitores, nomeadamente os que votaram PS tinham conhecimento. A pergunta proposta é semelhante à do referendo de 1998.
O PS reconhece que não foi realizado qualquer estudo credível "sobre a realidade do aborto clandestino em Portugal", mas mesmo assim, porque, como diz o Povo, "a ignorância é atrevida", não hesita em afirmar que existem anualmente "milhares de mulheres" que abortam na clandestinidade!
E, mais do que isso, tem o desplante de afirmar que "algumas" dessas mulheres "são submetidas a uma involuntária exposição pública". É o cúmulo da hipocrisia! Têm sido os defensores do aborto livre, muitos deles ligados ao PS, que têm mobilizado a comunicação social para a porta dos Tribunais, utilizando indecorosamente o sofrimento alheio como arma de arremesso político. Se as poucas mulheres que em Portugal foram submetidas a um processo-crime por terem abortado ilegalmente tiveram a sua vida devassada e foram sujeitas a alguma humilhação pública apenas o devem à atitude panfletária e publicitária dos defensores da liberalização do aborto.
O PS ou os seus companheiros de luta nada fizeram para ajudar as mulheres a não abortar ou para recuperarem do trauma que, em quaisquer circunstâncias, sempre resulta de um aborto. Apenas as querem utilizar para obter, à sua custa, projecção mediática!
Mas o PS apresentou também um Projecto de Lei que visa a liberalização total do aborto, a pedido da mulher, até às 10 SEMANAS de gravidez e a possibilidade, desde que se aleguem razões de "natureza económica ou social", o aborto ser efectuado até aos 4 MESES de gestação.
Ou seja, o PS diz aos Portugueses que vai cumprir a sua promessa eleitoral e que só liberalizará o aborto até às 10 SEMANAS de gravidez se essa for a vontade do povo, expressa em referendo. Mas desde já, e para o caso de os Portugueses recusarem tal liberalização, o PS avança com um projecto de Lei sobre a matéria. E mesmo que o Povo apenas aprovasse o aborto a pedido até às 10 SEMANAS, o PS já avança com a liberalização total até aos 4 MESES (dezasseis semanas), embora "escondida" atrás de razões de natureza económica e social que afectem a "saúde psíquica" da mulher grávida. Mais abrangente não podia ser!
Esta atitude do PS demonstra duas coisas:
Falta de carácter, cultura democrática e menosprezo pelos Portugueses. Avança-se com um referendo, pretendendo ouvir e seguir a opinião da maioria, mas já se tem na manga uma alternativa se o resultado não for o esperado ou uma forma de ir mais longe do que aquilo que o Povo, eventualmente, permitir;
Desprezo pelas mulheres grávidas em dificuldades. O PS revela-se um Partido sem princípios humanos e sem respeito pelas pessoas. A uma mulher desesperada, que tem problemas financeiros ou de natureza social, a resposta do PS não é a criação de mecanismos que resolvam ou atenuem esses problemas e evitem o recurso ao aborto. É exactamente o contrário. O Estado do PS não ajuda financeiramente na gravidez e na criação do bebé, o Estado do PS não apoia a integração social. O Estado do PS PAGA O ABORTO! A proposta do PS é enviar o problema para o CAIXOTE DO LIXO. Nem que o problema seja um bebé com 4 MESES (!) de gestação.
A Associação Portuguesa de Maternidade e Vida lamenta esta postura do Partido Socialista. Acreditamos que muitos militantes e dirigentes do PS, que têm uma cultura de defesa da vida e da dignidade humana, ainda não se aperceberam do alcance desta proposta.
A Lei tem também uma função de Prevenção Geral, de desincentivo de condutas que se consideram negativas, que, como no caso do aborto, atentam contra a vida humana e contra a dignidade pessoal, a saúde física e psíquica da própria mulher que aborta. E representa a perspectiva da sociedade quanto ao valor da vida humana.
O aborto é permitido em Portugal nos casos previstos na Lei - e eles abrangem já, por exemplo, o perigo de lesão irreversível para a saúde psíquica da mulher grávida.
O PS quer transformar o aborto na solução para problemas económicos ou sociais.
Em perfeita sintonia com o Presidente da República: é mais fácil fazer "evoluir" a lei do que trabalhar para fazer evoluir a sociedade.
O PS escolheu o caminho mais fácil. A Associação Portuguesa de Maternidade e Vida continua a trabalhar para ajudar quem sofre e fazer feliz quem opta pela Vida.
Francisco Coelho da Rocha
Presidente da Direcção
terça-feira, abril 12, 2005
The Dark Horse: Stephen Bates, Guardian, April 11
A week before the cardinals start voting to elect a pope, the 115 men will pause in their devotions to canvass each others' opinions on the next pontiff.
On Saturday they decided to give no more formal interviews to the media, but that will not preclude their own lobbying and discussions. Alongside Policarpo, Claudio Hummes, of Brazil, is emerging as a potential favourite.
With the debate expected to focus on whether the pope should be European or whether the cardinals should open the papacy to a candidate from the church's growing Latin American congregations, the men are regarded as bridges between the continents.
Both speak the languages of Latin America but have European roots: Policarpo's career has been spent as a theologian in Portugal; Hummes's parents were German. Both men, while orthodox, have been concerned with human rights and world poverty.
Whoever is elected pope will need the support of the bulk of cardinals from both regions to secure the required two-thirds majority of 77: Europe has 58 cardinals, and central and southern America only 20. By comparison, North America has 14 cardinals, Africa 11, Asia 10, and Australasia and the Pacific two each.
Even so, the South Americans will say they are severely under-represented in the conclave: the church in Latin America has 500 million followers, but only 18% of those electing the pope come from the region.
While Hummes, 70, who is cardinal archbishop of Sao Paulo, the largest diocese in the church, features on most lists of the papabile (worthy to be pope), Policarpo, 69, has been much less touted and is something of a dark horse - but judged by some to be the best to tackle the problem of re-engaging Europe's disaffected Catholics with the mother church.
"He's a formidable thinker, a real intellectual, very good on the questions affecting European culture, which are going to absorb the cardinals," said one Vatican observer. "He could also be the first cigarette-smoking pope."
Policarpo, ordained in 1961 and a bishop since 1978, was not made a cardinal until 2001. He has spent most of his career at the Portuguese Catholic University and spoken out against human rights abuses in East Timor and Mozambique.
Hummes, a Franciscan, is seen as doctrinally and morally strict but has been a strong advocate for the poor and dispossessed and a powerful evangelist among his 6-million-strong diocese.
It is now thought unlikely the next pope will be from Asia or Africa. Nigeria's Cardinal Francis Arinze is not thought to be a strong enough contender.
segunda-feira, abril 11, 2005
Factos do Fim de Semana
No Congresso do PSD desta vez os media estiveram menos interessados. Quiçá natural atendendo a que o PS dispõe de um nóvel poder absoluto. Com Santana de saída, os motivos de interesse para a Comunicação Social interessada no sound byte seriam decertos bem menores.
Ganhou Marques Mendes, mas por poucos. Menezes promete ficar "atento e vigilante". Mau sinal democrático, digo eu. Borges quer posicionar-se para o longo "inverno" do PSD e surgir como alternativa para quando a Primavera estiver a despontar...
sábado, fevereiro 26, 2005
Palestra do Dr. António Amorim no IEP
Confesso que gostei vivamente. Alguns aspectos que contribuiram para o sucesso:
- atmosfera "cosy", em sala pequena mas acolhedora, com belos e confortáveis sofás em couro castanho escuro; jornais e revistas de Ciência Política adornavam as extremidades e as paredes da sala;
- a assistência era um misto de estudantes de Ciência Política e de professores de Gestão e Ciência Política com jornalistas e politólogos;
- o orador (presidente do Conselho de Administração da Corticeira Amorim) que expôs de forma simples (que não simplista) um conjunto de ideias importantes sobre o sector da cortiça.
Entre as principais ideias, destaco:
- Portugal produz 54% da matéria-prima mundial mas processa cerca de 70% dos produtos de cortiça;
- as rolhas para a indústria viti-vinícola representam cerca de 60% do volume de negócios do sector (mas apenas 54% da Corticeira Amorim (CA));
- a ameaça dos vedantes sintéticos continua activa e constitui o principal desafio do sector; um elevado investimento em Investigação e Desenvolvimento e Marketing (junto dos líderes de opinião: jornalistas, chefes de compras das grandes cadeias de distribuição inglesas, enólogos, etc) permitiu demonstrar as fragilidades das rolhas de plástico, por um lado, e melhorar a qualidade das rolhas de cortiça enquanto vedantes;
- adicionalmente a Corticeira Amorim (CA) lançou um modelo mais barato de rolha para combater pelo preço as rolhas de plástico no sector dos vinhos "básicos" (que valem metade do mercado mundial de vinhos);
- ao mesmo tempo que este esforço permitiu estabilizar a quota de mercado dos vendantes de plástico (cerca de 7% do mercado mundial) assistiu-se à emergência das roscas de alumínio...
- por enquanto confinadas a uma posição menor (menos de 2% do mercado mundial) revelam contudo uma taxa de crescimento muito acentuada;
- este esforço de IeD e Marketing vai originar uma brutal consolidação do sector exportador corticeiro de rolhas; das actuais 15 empresas, o orador prevê menos de metade nos próximos anos;
- a Corticeira Amorim tem cerca de 28% a 30% de quota de mercado mundial da transformação da cortiça; é cerca de 9 vezes maior que a segunda maior empresa mundial (também portuguesa);
- os revestimentos de cortiça representam cerca de 16% do negócio da CA;
- os revestimentos de cortiça representam apenas 0,6% do total do sector de revestimentos à escala mundial; a sua maior aceitação é nos países do Norte da Europa;
- em Portugal têm uma menor aceitação por um preconceito cultural: há 30 anos quando a cortiça era barata foi o material de eleição para os revestimentos das habitações sociais... mais a mais com a denominação de corticite...
- está em curso um investimento industrial da CA na China em associação com um parceiro local, para produzir rolhas usando um material vegetal similar à cortiça quanto às suas características (conquanto bastante diferente do ponto de vista molecular);
- actualmente a CA está presente em 92 países do mundo, com várias formas: delegações comerciais, escritórios, unidades industriais, agentes e distribuidores locais, etc;
- na China, até agora com 3 escritórios de natureza comercial, tendo como principais clientes os industriais de volantes de badmington (feitos com uma base de borracha e cortiça a que se adicionam 12 penas de ganso) e de canas de pesca (para os cabos das mesmas, se e quando feitos de cortiça particularmente eficazes para obviar à transpiração das mãos).
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
O Benfica perdeu... expectável
Curiosamente este CSKA é patrocinado por uma companhia petrolífera russa cujo accionista principal é também o accionista maioritário do Chelsea. O valor do patrocínio das camisolas é de 20 milhões de euros anuais, maior do que o valor que a Siemens paga ao Real Madrid.
Vigilância sobre as propostas eleitorais
É uma boa base de partida para alguém construir um "Barómetro de Cumprimento de Promessas Eleitorais".
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
E depois do adeus: artigo Dr. Arnaldo Gonçalves. Texto de hoje do jornal Tribuna de Macau
Os resultados das legislativas do último fim-de-semana confirmam algumas evidências que aqui fui relatando, ao longo dos meses e trazem algumas novidades à vida política portuguesa. Representam, disse na semana passada, o fecho de um ciclo político, mas não correspondem ao início propriamente de um novo, no sentido que não rompem com o passado, mas são uma sua continuação. Entreabrem pistas interessantes, mas não desenham vias de ruptura com o que são as pechas de um sistema de representação que abriu costuras que dificilmente sararão.
Quando olhei para os resultados segunda-feira de manhã a primeira impressão que tive foi a sensação do dêja vu: uma esquerda maioritária no Parlamento, em ebulição nos sindicatos e nas associações de base; um centro-direita com o resultado mais desastrado em trinta anos de democracia, em recuo atabalhoado com uma liderança decapitada; um Presidente interventor, jubiloso com a reinterpretação [pelos vistos aplaudida nas urnas] dos seus poderes constitucionais; o país previsivelmente dividido entre a legitimidade do sufrágio universal atribuído inequivocamente ao PS para governar com maioria e a promessa do desafio na própria noite eleitoral, nas ruas e nas empresas, por comunistas e bloquistas, de qualquer iniciativa que vise beliscar o status quo em que o país, aparentemente, se revê. Chamado a votos o país disse da sua justiça e escolheu maioritariamente o partido que vai dirigir o nosso destino nos próximos quatro anos. A escolha não me espantou, apenas a sua extensão, que não previ.
O grande vencedor da noite eleitoral foi, inequivocamente, José Sócrates. Recordo as palavras que escrevi, nesta coluna, a 2 de Dezembro: “Sócrates tem condições pessoais para ser um bom primeiro-ministro pelo seu estilo jovem, irrequieto, convincente e carismático[...] a sua candidatura é uma lufada de ar fresco até porque os portugueses estão dispostos a tudo arriscar para se libertarem de um governo inapto e de um primeiro-ministro voraz. Mesmo que isso conduza a um novo ciclo de irresponsabilidade política ao sabor dos acontecimentos e das sondagens”.
Os grandes derrotados da noite, Santana Lopes e o centro-direita, definitivamente não o perceberam. Deixaram-se enredar na verbalização dos slogans vazios, no apregoar da superioridade moral das suas convicções e da “obra feita”. O que se revelou uma total estupidez. Em democracia não há lugar para a superioridade moral dos valores, mas apenas para o confronto dos projectos políticos e para o julgamento dos resultados no fecho de cada ciclo de governação. É ao desempenho a que os eleitores efectivamente se reportam não a qualquer wishful thinking.
Não existe, assim, essa coisa extraordinária como os valores democrata-cristãos apregoados por Paulo Portas. Pelo menos num país católico que recentemente encheu Fátima para render homenagem a um dos seus ícones, isso não faz qualquer sentido. São coisas diferentes, a fé e a luta política e apenas espíritos destorcidos podem ao identificá-los, querer ganhar dividendos.
O país quis, a meu ver, andar para a frente. Cortar cerce com o pessimismo, com as más notícias, com a lógica do aperto pelo aperto. Favoreceu quem lhe mostrou outro mundo, outras hipóteses, porventura falaciosas. O eleitorado não se deixou convencer por políticas de contenção dilatadas no tempo, por sacrifícios sine die, por muito que os números o expliquem e o governador do Banco de Portugal os valide. Governar é gerir problemas de pessoas de carne e osso, não aplicar, mecanicamente, modelos e soluções macroeconómicas desenhadas no papel. O eleitorado puniu nas urnas quem as quer prosseguir, teimosa e cegamente. Fê-lo, uma primeira vez, em meados dos anos 80 quando derrotou as políticas restritivas de Mário Soares [e Ernâni Lopes] e abriu caminho para a maioria absoluta de Cavaco Silva. Repete-o, agora, vinte anos depois, com Durão Barroso e Santana Lopes abrindo o espaço para a maioria absoluta de José Sócrates e do PS. Equivocou-se o eleitorado? Provavelmente, mas é ele, em última instância, quem manda.
Ainda é cedo para fazer paralelos com o passado recente e tecer prognósticos quanto ao provável desempenho de José Sócrates e do seu governo. O jovem político tem qualidades [que sublinhei], mas não governará sozinho. Terá uma equipa e executores das suas orientações. Os governos não são unicéfalos. São equipas, estilos e versatilidades. Os primeiros-ministros são cada vez mais reflexo desse trabalho em equipa, mais que protagonistas solitários. Estejamos atentos, portanto, aos indigitados vice-primeiros-ministros e aos ministros das finanças e da economia.
É salutar, em democracia, que os novos governos usufruam de um crédito de confiança nos meses que se seguem à vitória nas eleições. É razoável que os comentadores lhes concedam, também, esse crédito e benevolência. O comentador, mesmo quando tem convicções políticas fortes, deve assegurar a independência e o balanceamento dos seus juízos. Sem necessidade de se proclamar uma abstencionista não pode nem deve ser uma câmara de eco partidária. O comentador não faz por isso grandes amigos. Os idiotas normalmente avaliam o mérito do que sai escrito pelo grau de aderência às suas ideias. Os “bons” são os que se identificam com as paixões clubistas, mesmo as mais irrealistas, os “outros” não prestam. Não é importante, contudo, que o comentador tenha razão. O exercício da opinião escrita ou falada não é uma ciência exacta, como aliás o não é a ciência política. É uma ponderação, uma avaliação normalmente intuitiva. O importante é que o comentador se eleva acima das paixões e tenha a vontade e o discernimento de dizer o que pensa.
No campo liberal é agora tempo do PSD arrumar a casa, ganhar uma nova liderança e desenvolver uma oposição forte e consistente no parlamento, afinal a casa da democracia. O actual presidente do partido deu um sinal importante quanto à necessidade de renovação ao demitir-se da liderança abrindo caminho para a regeneração indispensável. O país exige-o, os próximos combates eleitorais, autárquicas e presidenciais, impõem-no.
* Especialista em Relações Internacionais. Escreve neste espaço às quintas-feiras.
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
Cavaco aposta em maioria absoluta do PS
Citando uma fonte anónima mas muito próxima do ex-primeiro ministro. Toda a "estória" é bastante plausível.
Previsivelmente vai ser desmentida formalmente pelo Professor Doutor Cavado Silva.
E fica em maus lençóis o jornal, que se pretende que seja um exemplo de sobriedade. O que terá levado a direcção do jornal a deixar que a capa do jornal tivesse esta notícia em grande destaque?
A venda dos melhores activos nacionais: desta vez no futebol
Em suma, existem fortes chances de que pelo menos um dos seguintes saia: Simão Sabrosa, Manuel Fernandes, Miguel, Petit, Luisão. E por ordem decrescente de probabilidade.
That´s my bet, folks!
campanha eleitoral: faltam 12 dias
- a organização das máquinas partidárias, capazes de encherem pavilhões e praças, com muita gente arregimentada e muito colorido (fica sempre bem em televisão);
- a aplicação de metodologias de Marketing moderno às campanhas de PS, PSD, PP e BE;
- conquanto me pareça que o PSD está com um posicionamento assaz diferente dos outros e talvez muito influenciado por uma lógica redutora de marketing, de inspiração brasileira (contrariando o mito, o Brasil não tem um bom marketing mas tão e sómente alguns bons ou muito bons publicitários; o que é curto para o Marketing) que está a dar maus resultados (péssima segmentação; ausência de conhecimento das necessidades, anseios, dúvidas e aspirações de votantes; ...).