sexta-feira, julho 22, 2005

Luís Campos e Cunha saiu

Conhece-mo-nos há muitos anos. Fui seu aluno. Primeiro. Colega mais tarde.
Um dos melhores professores, pedagogicamente falando, que tive.

A sua entrada no Governo teve um forte significado político. Um homem da esquerda moderna. Inteligente e sensível.

Mas os Governos socialistas são feitos de homens políticos, pressionados por quotas de popularidade. Afinal são políticos profissionais que sabem que estar na oposição significa o fim do bem estar material e da projecção social. Que não têm um lugar esperando por eles no final de mandato.

Fez bem em sair. Julgo até que se deveria ter demitido. Afinal o Conselho de Ministros não lhe dava espaço. Teve necessidade de escrever um inócuo texto no jornal "Público" para poder defender que mesmo o investimento público deve ser racional. Em linguagem económica, que deve ter subjacente um estudo de viabilidade económica-financeira. Quanto custa e que benefícios vai produzir:tudo quantificado e acessível aos cidadãos.

Em Portugal isto só funciona com a ditadura do ministro das finanças: foi assim com Salazar, Cavaco e Manuela Ferreira Leite. E com excepção desta última, proeminentes ministros das finanças que se tornaram primeiro ministros. Mas Sócrates parece ser teimoso, pouco tolerante com potenciais rivais de forma que eliminou a dissenssão pela raíz...

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