quarta-feira, maio 31, 2006

O roubo e a ameaça de espionagem

Nos últimos anos tem-se verificado um aumento significativo do roubo de informações com valor económico nas empresas e nos centros de investigação científica e tecnológica.
O roubo do know-how e de informação reservada duma organização – incluindo processos de inovação, de pesquisa e desenvolvimento, de produção, de distribuição e de promoção, planos e estratégias empresariais ou propostas em concursos – é um acto de concorrência desleal que se traduz em prejuízos significativos para as empresas e para o país.
Estado, empresários e trabalhadores, todos perdem, já que o eventual sucesso destas acções pode colocar em risco a sobrevivência de empresas e de postos de trabalho. Também os centros de investigação e as universidades sofrem roubos de conhecimentos que poderão ser transferidos para entidades estrangeiras.
No actual contexto de agressiva concorrência económica mundial, as organizações portuguesas, mesmo as de pequena dimensão, são visadas por entidades estrangeiras. A qualidade dos nossos recursos humanos e a capacidade de inovação das nossas organizações potenciam a criação de valor e atraem interesses estrangeiros.
O roubo de conhecimentos por parte de entidades estrangeiras assume frequentemente os métodos da espionagem. As acções de espionagem, principalmente na área económica, não são apenas praticadas pelos Serviços de Informações. Há também várias entidades que, directa ou indirectamente, trabalham para aqueles Serviços ou para entidades privadas que se dedicam, de forma aberta ou encoberta, à recolha de informações.
A inexistência de uma cultura de segurança nas organizações leva a que, na generalidade, as pessoas tenham um comportamento despreocupado e inocente relativamente às questões de segurança. Este comportamento constitui uma vulnerabilidade que é explorada pelos agentes da ameaça.

In www.pse.com.pt

terça-feira, maio 23, 2006

A MiFID e a internacionalização Banca Portuguesa


A MiFID e a internacionalização do sector financeiro português

“MiFID will have a major impact on the way business is conducted”
          Ian Mullen, CEO, British Bankers Association


As instâncias comunitárias estão em vias de finalizar a regulamentação de uma das mais importantes peças legislativas recentes, cujo impacto sobre o sector financeiro português será tudo menos dispiciendo. Desde a moeda única que jamais uma  peça legislativa e regulatória  impactou com tamanha profundidade sobre o sector dos serviços financeiros. Chama-se MiFID (Market in Financial Instruments Directive – 2004/39/CE de 21 Abril de 2004) e propõe-se dar o impulso final para a criação de um verdadeiro mercado único de serviços e produtos financeiros no espaço europeu, qual vanguarda de uma nova vaga de sobre-regulação sobre o Sector Financeiro.
Surge na esteira do Financial Services Act Plan (1999) e da Cimeira de Lisboa (2000) que realçaram a importância do mercado único dos serviços financeiros para a construção europeia. Rever, então, a Directiva original (Investment Services Directive de 1993), tornou-se um imperativo político.
Para o efeito, a MiFID intenta harmonizar as regras aplicáveis às entidades financeiras operantes na União, oferecendo aos investidores um maior grau de protecção que o actual. Assegurando a qualidade de execução das transacções dos investidores e impondo uma obrigação de “Melhor Execução” às instituições financeiras, aumentando a transparência do mercado de capitais. Visando remover as barreiras artificiais à circulação livre de todas as classes de activos europeus (incluindo derivativos).

A MiFID vem mexer de forma profunda com algumas áreas e práticas de actuação dos intermediários e prestadores de serviços financeiros, alterando-lhes o respectivo paradigma.

Vale a pena atentar sumariamente em três:

  • concentration rule e o reconhecimento das multi-lateral trading facilities (MTF´s);

Elimina a obrigação de as ordens de compra e venda de títulos terem que ser colocadas em uma Bolsa de Valores regulada, passando a ser possível a utilização de plataformas electrónicas de negociação ou a internalização sistemática de ordens dos clientes, através da utilização da carteira própria de títulos detidas pelas instituições financeiras. Obviamente, quer os internalizadores sistemáticos, quer as plataformas electrónicas, terão que ter escala e oferecer um nível de garantias e transparência similar aos ofertados pelas Bolsas de Valores.

-  direito de passaporte e condução dos negócios;


Um dos propósitos da MiFID é o de permitir a comercialização e o marketing de serviços de investimentos ao longo dos vários países da União. As instituições continuarão, como até aqui, a terem a regulação “prudencial” (prudential regulation)  no Estado de Origem.
Contudo, a regulação sobre as “regras de condução dos negócios” (conduct-of-business rules) deixará de ser feita pelo Estado de Acolhimento e serão as do Estado de Origem a vigorar.
Dito de outro modo, o Estado de Acolhimento, isto é, aquele onde está o cliente, perderá os seus poderes de impor “regras gerais de condução dos negócios” (excepto em casos muito excepcionais ainda alvo de definição). Ou seja, e à laia de exemplo, passa a ser possível a um banco de investimento/Corretora portuguesa comercializar produtos de investimento na Lituânia, a clientes locais, de acordo com as normas vigentes em Portugal!

  • adequação de produtos e serviços aos clientes (suitability and appropriateness tests);

As empresas serão obrigadas a conduzir testes sempre que estiverem a prestar aconselhamento ou gestão de patrimónios:

  • suitability test (tem o cliente perfil para estes serviços?): em relação ao fornecimento de aconselhamento e aos serviços de gestão de carteiras;

  • appropriateness test (são estes produtos e serviços adequados para este cliente?): em relação a todos os outros serviços.


Torna-se, então, imperativo colectar informações sobre os clientes (KYC), respeitantes a conhecimento e experiência, à sua situação financeira e aos objectivos esperados pelo investimento.
A documentação a entregar aos clientes terá também que mudar para reflectir a redefinição das condições contratuais, mais claras e precisas.



À laia de corolário podemos dizer que a MiFID traz o potencial para mudanças drástica da estrutura do sector, da sua rendibilidade e de movimentos ao longo dos diversos grupos estratégicos operantes no mercado. Os custos (compliance costs) associados a funcionar neste mercado, segundo as regras prescritas – decoirrentes de obrigações de conhecer o cliente, de poder provar que se agiu no melhor interesse dos clientes, de sistemas informáticos, de regras de auditoria, do estabelecimento ou revisão de políticas e procedimentos de actuação,...- , com estimativas de várias dezenas de milhões de euros para um banco de média dimensão, poderão fazer com que os bancos e sociedades de corretagem mais pequenos, ou de cariz regional, abandonem, simplesmente, o mercado ou, pelo menos, alguns dos seus segmentos e produtos. Ademais, terão uma nova dimensão de concorrência: transacções e serviços de investimento prestados não apenas com recurso a Bolsas regulamentadas mas também por Internalizadores Sistemáticos e por “Bolsas” e Mercados Electrónicos. Os operadores financeiros, actuantes nestas novas plataformas de negociação, poderão usufruir economias de custos consideráveis, susceptíveis de lhes concederem uma vantagem concorrencial significativa.
Por outro lado, a remoção de barreiras a uma plena circulação de produtos de poupança e de investimento, no espaço europeu, abre também novas oportunidades de internacionalização. Para os bancos portugueses, a MiFID vai confrontá-los com a concorrência acrescida das grandes casas e bancos de investimento, sitos em Londres ou Francoforte, mas abre excelentes perspectivas para uma actuação mais vibrante e a menor custo no espaço ibérico, com a consolidação de plataformas operativas, a partir do mercado português e com a oferta de produtos e serviços numa lógica “cross-border”.

Paulo Alexandre Gonçalves Marcos, 18 de Maio de 2006
Economista. Gestor. Professor Universitário.







Sistema Financeiro Português: internacionalização

Internacionalização do Sector Financeiro Português
Tópicos de enquadramento


  1. Os Relatórios e Contas relativos ao ano de 2005 permitem concluir que nos principais bancos operantes no mercado português o contributo dos negócios internacionais para a formação do resultado bruto do exercício correspondeu a uma percentagem entre 20 e 35%. E numa tendência que indicia ser crescente.

  2. A expansão do sector tem sido feita não só ao longo das dimensões mais clássicas da banca dita de investimento ( com o project finance, o leverage trade ou o structured trade finance, por exemplo) mas também nas dimensões da banca comercial.

  3. Na banca comercial assiste-se à expansão das redes de retalho dos  bancos portugueses em mercados de proximidade geográfica ou cultural e ainda em países de elevada atractividade quando medida pelo binómio concorrência-potencial de crescimento do sector.

Atente-se que os negócios da banca de investimento, gestão de activos e actuação em mercados financeiros (monetários, obrigaccionistas, accionistas) se revela com um perfil global, os da banca de retalho continuam a ser predominantemente de cariz local.


  • Para melhor se perceber este fenómeno talvez seja conveniente recordar as principais tendências do Meio Envolvente Contextual com que se deparam as instituições financeiras portuguesas:

  • Intensificação e harmonização regulamentar, o que vem aumentar os custos de actuação no mercado (compliance costs) e suscitar um acréscimo concorrencial. Salientem-se alguns:

  • Acordo de Basileia 2

  • Financial Services Plan (MiFID, mercados grossistas, SEPA, Prospectos de emissão, directiva sobre a venda à distância de serviços financeiros, etc)

  • IAS/IFRS, que vieram introduzir maior comparabilidade.

  • Integração económica e financeira dos mercados, onde uma multiplicidade de operações de aquisição e fusão de carácter transnacional vieram alterar as estruturas dos sectores e dos Grupos Estratégicos operantes no sector.

  • Desenvolvimentos nas tecnologias de comunicação e informação e crescente convergência do padrão de aquisição de produtos e serviços financeiros por parte dos cidadãos da União. O que tenderá a levar ao aumento das aquisições transfronteiriças.

  • Adicionalmente as instituições portuguesas defrontam-se com as limitações próprias de mercados domésticos de dimensão reduzida e periféricos. Não sendo exaustivo, podem-se realçar:

  • Reduzidas oportunidades de manutenção do movimento de concentração doméstico. Independentemente do desfecho da OPA do BCP sobre o BPI.

  • Desvantagem de custos:

  • Prováveis deseconomias de escala;

  • Menores sinergias operativas (falta de escala, menores oportunidades de economias de gama);

  • Menor acesso a capital para expansão e maior custo do mesmo.

  • Reduzida dimensão e eventual dispersão do capital pode tornar os bancos portugueses mais vulneráveis a processos de aquisição ou de reestruturação empresarial.

  • O desafio passa pela capacidade de continuar a terem autonomia estratégica, para o que é essencial a manutenção de adequados níveis de rendibilidade (dada a situação periférica portuguesa, isto implica um prémio face a outros mercado mais centrais da Europa).

  • A internacionalização pode ser uma forma de elevar a rendibilidade das instituições financeiras portuguesas.

  • Os mercados internacionais são alvo de uma análise do seu potencial, estudando-se ritmos de convergência com países mais avançados, concorrentes existentes e prováveis, capacidade das instituições portuguesas transferirem vantagens concorrenciais para estes mercados (o que também pode passar por fenómenos exógenos como afinidades culturais, geográficas ou de complementaridade económica).

  • Os mercados de retalho financeiro têm permanecido predominantemente locais, pelo que vários especialistas apontam-nos com tendo o maior potencial de desenvolvimento e de aquisição transnacional. As instituições portuguesas têm estado atentas e entre as suas opções de expansão contaram-se aquisições de bancos locais ou a criação de bancos desde a raiz.

  • Por fim, deve-se atentar que a capacidade de uma Economia ser capaz de ter uma forte presença internacional em bens e serviços transaccionáveis constitui um forte estímulo ao desenvolvimento dos países. Não decerto por acaso fortuito, tem sido esta a via recomendada para Portugal. Um verdadeiro DESAFIO ESTRATÉGICO.

  • Aqui os Bancos portugueses têm um papel importante, pois é conhecido desde há muito, o papel de estímulo que a expansão internacional das maiores empresas de uma dada Economia exercem sobre as empresas situadas em sectores relacionados ou de suporte.

Paulo Alexandre Gonçalves Marcos, 22 de Maio de 2006

quarta-feira, maio 17, 2006

Diogo Campelo e o Queijo Limiano

Diogo Campelo, a votação do orçamento de Estado e os círculos uninominais

O significado político da discussão do orçamento de Estado em muito transcende a mera contabilização dos resultados da votação. E o fenómeno Diogo Campelo é a chave para compreendermos o quanto está em causa.
Campelo, que não conhecemos pessoalmente, assumiu um muito mediático papel de autarca e de deputado. O seu duplo papel permitiu-lhe assumir-se como um defensor das gentes do Alto Minho, na linha da tradição anglo-saxónica de "member of parliament".
Em Inglaterra, cada deputado ao parlamento de Westminster é eleito em círculos uninominais, maioritários a uma só volta. Cada círculo eleitoral elege, assim, um e só um deputado. Desta forma a ligação e as lealdades do deputado estão não somente com o partido, sob o qual foi eleito, mas também com os seus eleitores.
Apesar do imenso clamor de indignação ao "negócio" entre o  deputado e o governo, julgamos que as questões centrais não foram ainda colocadas. Estas parecem-nos ser as seguintes:
  • é eticamente defensável a acumulação de cargos públicos?

  • É legítimo a um autarca interromper, quando lhe aprouver, a sua função de presidente de câmara, assumindo, esporadicamente, o papel de deputado?

  • Deve um deputado representar o Povo (como se parece depreender do artigo 147 da Constituição) e exercer o seu mandato de forma livre (art. 155), ou deve alinhar o seu voto com os interesses da direcção do seu grupo parlamentar?

  • Se o orçamento fosse viabilizado por acordo com um pequeno partido ou grupo de deputados (exemplos: verdes, bloco de esquerda, PSD/Madeira) teria atendido a negociação mais a interesses ideológicos do que a interesses particulares (ou locais)? E seria isso negativo ou positivo?

Adicionalmente podemos dizer que o  grande mérito de Campelo foi o de trazer a imprevisibilidade ao Parlamento, fazendo com que este transmita uma maior diversidade de opiniões. Os cidadãos, habitualmente alheados dos assuntos e debates parlamentares, desataram a discutir o orçamento e a votação do mesmo, trazendo à ribalta uma paixão que se julgava já há muito perdida…
Deputados que se comportam como Homens-Livres, que defendem aqueles que os elegeram, são decerto bem-vindos à democracia portuguesa ao estimularem o debate e participação cívica, num país que se revela apático em termos de vivência política dos cidadãos.
Terá o exemplo de Campelo vindo para frutificar?

Paulo Gonçalves Marcos


segunda-feira, maio 15, 2006

Sócrates deve ter estudado Goebbels

"Medina Carreira critica a reforma da Segurança Social proposta pelo Governo, por resolver apenas um quarto do problema. Diz que o ministro Vieira da Silva é incompetente e que Sócrates «deve ter estudado Goebbels», o ministro de Hitler. "

quarta-feira, maio 10, 2006

A explosão da blogosfera

The blogosphere is doubling in size every six months and is now 60 times larger than it was three years ago, according to the latest quarterly installment of David Sifry's "State of the Blogosphere" report. He writes that Technorati now tracks over 35.3 Million blogs. On average, a new weblog is created every second of every day - more than 75,000 new blogs created every day. Technorati also tracks about 1.2 million new blog posts per day, or about 50,000 per hour.
April, 17, 2006. www.marketingvox.com

terça-feira, maio 09, 2006

Walk the World: uma forma diferente de passar o dia 21 de Maio de 2006

Recebido de uma amiga e de um amigo o seguinte texto que transcrevo:

"Que me dizem de ajudar o World Food Programme (WFP), a agencia das Nações Unidas que ajuda a alimentar os que mais precisam?

No Domingo, dia 21 de Maio de 2006, o WFP, juntamente com os seus parceiros e milhares de pessoas por todo o Mundo, juntar-se-ão num evento único à escala global: Walk the World. Num dia, milhares de pessoas vão caminhar lado a lado, de Este para Oeste, em varias cidades em todos os 24 fusos horários, começando as 10h locais de cada cidade, criando o efeito de caminhar a volta do mundo, com o objectivo de levantar fundos e terminar com o flagelo da fome entre as crianças.
Em 2005, a iniciativa WtW teve lugar em 266 locais de 91 países, juntando 250 mil pessoas, levantando fundos que permitiram alimentar 70 mil crianças. O objectivo deste ano e triplicar o numero de participantes.

O Banco Espírito Santo, no âmbito do seu programa de responsabilidade social Realizar Mais, aliou-se a esta iniciativa, possibilitando a quem quiser participar nesta causa, efectuar a inscrição nos balcões BES.

As inscrições oficiais podem também ser feitas on-line em http://www.fighthunger.org/wtw06/lisboa. Contudo, antes do dia do evento, e com objectivo de facilitar a logística, é necessário adquirir a t-shirt + boné (através da doação de €10) numa loja Sportzone ou nos balcões BES da Av. da Liberdade, Praça de Londres, Rotunda da Boavista (Porto) e Filial Porto.
Também o BES dos Açores se associa à inciativa através dos seus Balcões na Horta e no Faial.

Para se inspirarem, cliquem http://www.fighthunger.org/files/energy_en.wmv. "

J.-F. Revel, French Philosopher, Is Dead at 82

By DOUGLAS MARTIN
Published: May 2, 2006
New York Times


Jean-François Revel, a prolific philosopher, writer and journalist who summoned the classical polemical weapons of Voltaire and Montaigne, including humor, irony and surprise, to illuminate subjects from French cuisine to French anti-Americanism, died on Saturday in Paris. He was 82.
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Jean-Pierre Muller/A.F.P. -Getty Images, 2003
Jean-François Revel, in the uniform of the Académie Française.
His wife, Claude Sarraute, announced the death but did not disclose the cause, The Associated Press reported.
Mr. Revel called himself a leftist, but was known during the cold war as a champion of American values when many European intellectuals praised Marx and Mao, though he castigated the United States for the Vietnam War. In "Without Marx or Jesus" (1970), he said that America, in fact, was winning, and that "the revolution of the 20th century will take place in the United States."
More than three decades later, when many of his countrymen were outraged by the Iraq war and elements of Washington's effort to curb terrorism, he continued to write in favor of the United States. He suggested that Europeans refused to accept responsibility for their own mistakes.
Mr. Revel's career extended from academia, to editing and commenting in newspapers and magazines, to administering three book publishers, to radio commentary, to writing more than 30 books.
His subjects included comments on the attractiveness of Italian women (overrated), the glories of France (very overrated) and the inventiveness in French cooking ("madness," more often than not).
Among his many works, he wrote a three-volume history of the development of Western thought; argued against the prevailing Marxist and existentialist interpretations of Proust; and drew much comment with a dialogue about Buddhism with his son, a Buddhist monk.
He was one of the 40 members, called Immortals, of the Académie Française, which keeps the standards of the French language.
Mr. Revel's persistent intellectual thrust was as a philosopher of freedom in the tradition of Raymond Aron. He went from suggesting in his 1984 book, "How Democracies Perish," that democracy may turn out to be "a historical accident," to arguing in 1993 in "Democracy Against Itself: The Future of the Democratic Impulse," that democracy had become not only indispensable, but inevitable.
A decade later, he contended that the same French sort of intellectuals who had difficulty criticizing Stalin seemed unwilling to face up to the threat of Islamic terrorism.
The writer was born Jean-François Ricard, on Jan. 19, 1924, in Marseille. He first used Revel as a literary pseudonym. When he was 6 months old, his family took him to Mozambique, where his father had an import-export business. His first language was Portuguese.
He attended schools in Marseille and Lyon, and was 16 when the Germans conquered France. He was active in the Resistance, and later said the officious, disgraceful behavior of the French who collaborated with the Nazis informed his often wry style of writing. Mr. Revel received his degree in philosophy from the École Normale Supérieure, where the cream of French intellectuals were educated. He taught French in Algiers, Mexico City and Florence, where he collected observations for an irreverent book about Italy that looked askance at hair on the legs of women, among other things.
Early in his writing career, he wrote two book-length essays to the effect that philosophy was no longer a serious subject. During this period, he taught philosophy in Paris.
In 1960 he became chief literary editor for France Observateur, the first of a succession of journalistic jobs, including literary editor at L'Express. In the 1960's he devoted an entire book to attacking de Gaulle mercilessly for his purple prose and capitalizing the title General for himself but for no other generals.
Mr. Revel wrote speeches for François Mitterrand, the Socialist who became president, and in 1967 ran as a Socialist candidate in the parliamentary elections and lost.
Mr. Revel is survived by his wife and several children.
He had begun to become familiar with North America while teaching in Mexico in the 1950's and continued his education during an extended visit to Canada in 1969 and 1970 and to California in 1970. He collected material to support his hypothesis that a profound social transformation was taking place in the United States.
In an interview in 1970 with The New York Post after publication of "Without Marx or Jesus," he said his research did not involve talking to political leaders.
"I just looked around, talked to people, to students," he said. "And in the 20th century the information is pretty good, and I read a lot of your press and books."
In the introduction to his "Anti-Americanism" book, Mr. Revel wrote that he found an America "in complete contrast to the conventional portrayal then generally accepted in Europe." In particular, he was impressed with Americans' willingness to address and correct their own faults.
He went on to attack those Europeans who said the United States had brought terrorists' attacks on itself through misguided foreign policies.
"Obsessed by their hatred and floundering in illogicality, these dupes forget that the United States, acting in her own self-interest, is also acting in the interest of us Europeans and in the interest of many other countries, threatened, or already subverted and ruined, by terrorism," he wrote.

Chavez plans foreign oil tax

President Hugo Chavez said Venezuela would take further steps to increase revenues from its petroleum industry, including a new tax on companies that extract oil in the South American nation. Venezuela is the world's fifth largest oil exporter.

terça-feira, maio 02, 2006

Portugal abre as fronteiras à livre circulação dos trabalhadores do Leste Europeu

No início de Março, Portugal notificou Bruxelas de que iria acabar com esse regime de quotas que atribuía autorizações de trabalho aos imigrantes oriundos de novos Estados-membros. Portugal abre assim as suas fronteiras, acompanhado pela Espanha e Grécia. Até hoje apenas três Estados-membros, a Irlanda, Reino Unido e a Suécia, não mantinham qualquer limitação no acesso ao respectivo mercado de trabalho dos cidadãos dos dez países da Europa de Leste e das ilhas de Chipre e Malta.Passados dois anos e perante a evidência que a temida invasão dos trabalhadores de Leste não teve lugar, Portugal decidiu abrir as Alemanha, Áustria e a Dinamarca vão manter as restrições até ao final do prazo (2011) e a Holanda anunciou que manterá o regime actual até ao final deste ano.

Comentários:
1)Algumas profissões estarão sob pressão adicional, especialmente devido ao aumento da mobilidade dos polacos: estomatologistas, optometristas, enfermeiros, médicos.
2) Não vamos ter canalizadores polacos: já cá temos os ucranianos...

Nacionalizações na Bolívia

Nos jornais de hoje: Acabou-se o saque dos recursos naturais da Bolívia”, afirmou ontem o presidente da Bolívia, Evo Morales, durante o anúncio surpresa da nacionalização dos recursos energéticos do país. A implementação da medida não era esperada tão cedo, pelo que as principais empresas com contratos de exploração de gás natural e petróleo, a espanhola Repsol YPF e a Brasileira Petrobras, não reagiram de imediato ao discurso do presidente.

Meus comentários:
1) Afirmação nacionalista, cimento que agarra os populistas ao poder, à falta de melhores argumentos.
2) Custa a crer que a Bolívia consiga ser mais eficiente nacionalizando. Seria caso único.
3) Adicionalmente terá que indemnizar. Pagará o povo, está bem de ver...
4) Talvez mais grave é o que representa a nacionalização: um ataque a algo que deveria ser sagrado: a posse privada. Algo que vai mexer com as intenções futuras de investimento ou de novas iniciativas empresariais. O clima de empreendedorismo vai decerto tornar-se menos amigável...
5) Porque já vimos este "enredo" vezes sem fim, o desfecho é razoavelmente expectável: menos crescimentos económico, mais desemprego, ...