segunda-feira, novembro 29, 2010

O IVA e o desporto....a partir de Janeiro de 2011 em Portugal

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Vamos ter o mais bizarro dos fenómenos...o IVA para assistir a um jogo de futebol vai ser de 6% mas o IVA para praticarmos desporto (nós, os nossos filhos, todos os cidadãos em geral...) irá ser de 23%!!!!


Portanto, ir ver futebol a 6% mas colocar as crianças na piscina lá do bairro a 23%!!!

Assim se faz o "socialismo" em Portugal...

quarta-feira, novembro 24, 2010

O Portugal Bipolar....ou como levar Portugal ao charco...

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Porque eu gosto especialmente dos que são diferentes....eis um post que retirei do blogue Portugal Bipolar.

"Que medidas estamos a tomar, para contrariar o que internacionalmente vai sendo uma certeza absoluta, e quais vão ser as noticias que vão circular, pelo mundo, apenas 5 dias depois da Irlanda ter ido ao TAPETE?

Bem a noticia mais importante, é que vamos para uma GREVE GERAL!

E depois vemos com espanto os juros a subir, quando para aprovar 1 orçamento, houve espectáculo durante mais de 3 meses, com ameaças de ambos os lados!

Gostava de perguntar a todos os que vão fazer greve, se acham que vão através das suas acções melhorar a situação do Pais…

Como já disse anteriormente, eu até detesto ter RAZÃO, pois sempre que isso acontece, alguém fica mais entalado do que já está!

E na minha modesta opinião, a mantermos este comportamento, antes de Março de 2011, alguém vai informar os Portugueses, que a redução de ordenados, feita a todos os FP, não chega, vamos ter de tomar medidas adicionais!

Até Março de 2011, a mantermos este comportamento, ou voltamos a cortar nos FP, ou desta vez vamos aos reformados!

Não é demência minha infelizmente, basta olhar para os números!

Eles estão á vista de todos e só não vê quem não quer!

Então nós só em 2011 vamos pedir 40 BILIÕES para pagar despesas de funcionamento e dívidas antigas, andamos neste triste espectáculo, e estamos á espera que os juros desçam?

Como eu adorava estar enganado…

Boa Greve Geral, para todos os FP!

Julgo, que no próximo ano, alem do corte de pensões, todos vós serão também contemplados com novos cortes, não fico contente com isso..."

sexta-feira, novembro 19, 2010

E ele não vai sair? Ou a analogia entre Oliveira Salazar e José Sócrates

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Ouve-se dizer: "E ele não sai?"; "não percebe que já ninguém o quer?"...

E o que faz o homem? Nada....

O que faz o PS? Vai substitui-lo como se faz em Inglaterra (Tatcher por Major; Blair por Brown)? Nada....


Lembram-se que nos tempos da outra senhora (Oliveira Salazar) que não saía e que mesmo após como continuava a pensar que governava? Pudera...ele não tinha recuo possível...tinha perdido o lugar de professor em Coimbra (naquele tempo não existiam comissões de serviço...)...

Sócrates ao acabar com a reforma antecipada dos detentores de cargos políticos veio aumentar as barreiras à saída....sair para onde? Fazer engenharia civil? Com aqueles projectos?....

Ir gerir uma empresa pública depois de dobrar a dívida nacional e de ter levado o país para a bancarrota? Pouco credível...

Ir para uma instituição internacional? Será que fazer jogging é qualificação suficiente? Nem mesmo Lula da Silva arranjou colocação....

Não deveríamos ter permitido que o homem acabasse com a reforma antecipada dos políticos....

As crianças portuguesas estão gordinhas....

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Mais um estudo divulgado hoje sobre o excesso de peso e a obesidade em crianças portuguesas entre os 7 e os 10 anos de idade.

Uma verdadeira praga moderna que começa logo bem cedo.

Educação familiar para famílias e escolas/cantinas é urgente.

quinta-feira, novembro 18, 2010

MyBrand Marketing Sessions....

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Estavam lá quase todos os que contavam. E a lotação era extremamente limitada....invitation only....

A visão da MyBrand e de João Braz Frade, ao convidar Martin Lindstrom para uma Marketing Session privada e muito interactiva.

Parabéns pela excelente iniciativa!

www.mybrand.pt
www.martinlindstrom.com

And you like him?

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Perguntava ontem à noite em sessão reservada, o guru. "vós gostais dele"?

Gostamos mas muito menos que há sete anos atrás....afinal ele dobrou a dívida pública e levou o país à ruína....

segunda-feira, novembro 08, 2010

Greve Geral...à japonesa? Quem me dera...

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Acredito que a greve é um direito. Mas também que acarreta um dever. O de não prejudicar os outros. O de evitar o dano a terceiros. E este é para mim o critério decisivo para dizer se uma greve é justa ou não.

E penso que a Greve Geral da função pública (sim, porque no sector privado poucas ou nenhumas greves serão feitas) não respeita os outros de forma conveniente. Vai punir os trabalhadores que moram longe do trabalho e não têm automóvel (e estacionamento para ele no meio da cidade...). Vai punir os que trabalham por conta de outrém mas não quiseram ou puderam fazer greve....vai punir os que trabalham nas pequenas empresas que não se podem dar ao luxo de fechar as portas....sem clientes não terão quem lhes pague o salário....

Querem protestar contra o Governo? E que tal fazerem à moda japonesa? Quando os trabalhadores de uma empresa ou de Estado japonês fazem greve....usam uma faixa negra em volta do braço....Estão de luto....quando muitos ou quase todos os trabalhadores o fazem é uma vergonha, intolerável, para os dirigentes, gestores ou governantes. Não raro conduzem a demissões (e por vezes a suicídios dos dirigentes). Demissão porque se a esmagadora maioria dos trabalhadores estão de greve (e vão trabalhar normalmente mas usam a braçadeira do luto) isso é sinal que a Liderança está ferida de morte. E o dirigente/político demite-se.

Também poderiam os funcionários públicos complementar a bracadeira com uma enchente de cartas dirigidas ao senhor primeiro ministro...podiam tocar tambores defronte de sua residência, dias a fio...enfim, tudo o que fossse legítimo para mostrar descontentamento mas sem fazerem chantagem e usarem os trabalhadores do sector privado como seus reféns...

domingo, novembro 07, 2010

Manifestação da Frente Comum ontem no Marquês de Pombal....protestam de quê?

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Ontem fiquei retido no trânsito com mais uma manifestação no Marquês de Pombal. E dei comigo a pensar de que é que os funcionários públicos da Frente Comum protestavam...

Aposto que não protestavam contra:

- o facto de os partidos políticos terem enxameado a Administração Pública com pessoas sem os requisitos técnicos relevantes;engordando e onerando a despesa pública com os inerentes impostos que todos temos que pagar;
- com o facto de terem segurança no trabalho e de não serem taxados (sim, um imposto) sobre isso; quando a taxa de desemprego oficial anda perto dos 11% esta incide apenas sobre os 85% de trabalhadores do sector privado;
- de as remunerações médias do funcionalismo público serem superiores às do sector privado;
- o sistema de avaliações, não ser posto em prática ou quando o foi de não servir para nada...;

Era um bom ponto de partida. Para uma boa discussão e eventualmente para uma boa manifestação.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Felizmente ganharam todos...

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Com os juros pedido a Portugal a subirem nos mercados financeiros internacionais, esta ficção de 35 anos de democracia a viver acima das possibilidades vai resultar num ajustamento bem duro. Vale que o Benfica e o Braga ganharam....pão e circo, já dizia alguém há 2.000 anos...

segunda-feira, novembro 01, 2010

Portugal, um país à deriva....artigo do Doutor Nuno Fernandes,professor do IMD, no Público

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Na data deste artigo, a dívida pública nacional atinge um valor superior a 130 mil milhões de euros. Em números, é algo como 130.000.000.000 euros. É um valor assustador.

Os mercados internacionais continuam a demarcar-se do Estado português e da sua dívida. Vale a pena analisar alguns dados. Portugal é neste momento o sétimo país do mundo mais arriscado. Pertencemos actualmente a um top 10 de risco que reúne nomes ilustres como Venezuela, Dubai, Grécia e Iraque. Portugal é considerado actualmente como duplamente mais arriscado que Rússia, Israel ou Colômbia.

Face a este panorama, o Governo nacional demorou mais de seis meses a reagir. Alega o nosso primeiro-ministro que não estava claro para ele que fosse necessário tomar qualquer medida, pois eventualmente, a situação internacional melhoraria, e seriam então desnecessárias quaisquer medidas reformadoras do nosso sistema fiscal moribundo. Em finanças, este tipo de atitude tem apenas um nome - especulação. Só que, infelizmente, neste caso, a especulação foi efectuada com o dinheiro dos cidadãos e empresas. As implicações reais culminam na quase impossibilidade de qualquer empresa portuguesa obter financiamento internacional.

Entre 2011 e 2013, Portugal terá de emitir cerca de 60.000 milhões de euros de dívida pública (75% visam substituir dívida que entretanto chegará à sua maturidade, e os restantes 15.000 milhões visam pagar os défices públicos que irão existir entre 2011 e 2013). Só em 2011 Portugal terá de emitir cerca de 40.000 milhões de euros de dívida pública, dado que tem sucessivamente insistido em emissões de curto prazo, que chegarão à sua maturidade em 2011, e terão de ser renovadas. A estes valores somam-se mais de 15.000 milhões de euros de emissões de dívida a ser emitida pelos principais bancos nacionais. Contudo, estes que dependem a quase 100% da credibilidade da República. Se a nossa situação se deteriorar, os mercados internacionais podem ficar completamente fechados para alguns destes bancos, o que terá consequências muito nefastas na economia real.

Portugal paga hoje mais 4% de juro anual do que a Alemanha. Em 2007 este spread era de apenas 0,4%. Como qualquer família com crédito bancário compreende, um aumento de mais de 3% no juro a pagar tem um forte impacto no orçamento familiar. No caso de Portugal, relativamente a 2007 e a manterem-se os valores actuais de risco do país, iremos pagar anualmente mais 4000 a 6000 milhões de euros em juros adicionais. Em termos reais, isto significa que o custo do descalabro orçamental em que nos encontramos, é superior ao custo de um novo aeroporto de Lisboa por ano.

Neste contexto, o que foi feito entretanto? Uma redução das despesas onde é mais fácil (salários de funcionários públicos), e um aumento do imposto mais penalizador da classe média - o IVA. Ao mesmo tempo, em 2009 Portugal foi um dos países do mundo que mais contratou parcerias público-privadas (PPP). Como exemplo, em 2009, Portugal registou um volume de PPP três vezes superior ao da França. Infelizmente, o investimento público directo foi praticamente cancelado, e as PPP passaram a ser a regra em vez da excepção. Contudo, estas PPP têm encargos para os contribuintes muito superiores, e fazem também parte da dívida pública indirecta. Em finanças, chama-se a isto engenharia financeira. Ao entrarem sucessivamente em PPP do tipo empréstimo subprime, os sucessivos governos massajam as estatísticas, enganam a Comissão Europeia, mas acima de tudo, penhoram o futuro do país, e qualquer réstia de esperança em melhorar a nossa competitividade e nível de vida. Nos mercados internacionais, este comportamento vem agravar ainda mais o problema da dívida pública. A passagem do fundo de pensões da PT para o Estado tem também custos futuros elevadíssimos para o Estado. Quando a gestão da PT aplaude e os seus sindicatos se congratulam, parece claro que todos ficam a ganhar à excepção do contribuinte. Uma vez mais, a busca do lucro especulativo de curto prazo (redução do défice com medidas artificiais), sobrepõe-se como habitual à busca de uma solução criadora de valor de longo prazo.

Estamos num caminho insustentável. Estamos há 10 anos a divergir da UE. Fomos ultrapassados por 9 dos últimos 10 países que aderiram depois de nós. Quanto tempo mais vamos ter de divergir para que os nossos governantes deixem de seguir a solução fácil, engenharia financeira e transferência de riqueza para determinados grupos da nossa sociedade? Estimativas internacionais apontam apenas para 2037 a entrada no grupo dos países com dívida pública inferior a 60%. Efectuando algumas simulações em cenários bem mais optimistas (assumindo que as medidas apresentadas pelo Governo têm sucesso; a partir de 2013-2014 se atinja um balanço equilibrado; crescimento económico volte a atingir os 3% dentro de 4 anos) só em 2021 Portugal entrará novamente na lista de países com menos de 60% de dívida pública. Estes cenários revelam custos elevadíssimos, se o novo regime de procedimentos automáticos contra países incumpridores e reincidentes em matéria de indisciplina orçamental for aprovado pela União Europeia.

Em conclusão, parece evidente que as medidas de curto prazo apresentadas recentemente não são uma solução duradoira para os graves problemas da nação. Portugal tem de agir, e comunicar ao mercado que irá a partir daqui ter uma gestão financeira rigorosa. É tempo de parar com engenharias financeiras destruidoras de valor. Por que não utilizar algumas das boas práticas das nossas melhores empresas para a gestão do património público? Foi desastrosa a gestão da imagem pública da República nos mercados internacionais este ano. No entanto, temos várias das nossas empresas reconhecidas como excelentes em termos internacionais, e a receberem prémios de excelência em investor relations. Também a Espanha teve um comportamento exemplar este ano, com um roadshow muito bem sucedido, e elaborado com um elevado nível de profissionalismo. Em Portugal o que foi feito?

Professor de Finanças na IMD, escola de gestão suíça