segunda-feira, novembro 08, 2010

Greve Geral...à japonesa? Quem me dera...

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Acredito que a greve é um direito. Mas também que acarreta um dever. O de não prejudicar os outros. O de evitar o dano a terceiros. E este é para mim o critério decisivo para dizer se uma greve é justa ou não.

E penso que a Greve Geral da função pública (sim, porque no sector privado poucas ou nenhumas greves serão feitas) não respeita os outros de forma conveniente. Vai punir os trabalhadores que moram longe do trabalho e não têm automóvel (e estacionamento para ele no meio da cidade...). Vai punir os que trabalham por conta de outrém mas não quiseram ou puderam fazer greve....vai punir os que trabalham nas pequenas empresas que não se podem dar ao luxo de fechar as portas....sem clientes não terão quem lhes pague o salário....

Querem protestar contra o Governo? E que tal fazerem à moda japonesa? Quando os trabalhadores de uma empresa ou de Estado japonês fazem greve....usam uma faixa negra em volta do braço....Estão de luto....quando muitos ou quase todos os trabalhadores o fazem é uma vergonha, intolerável, para os dirigentes, gestores ou governantes. Não raro conduzem a demissões (e por vezes a suicídios dos dirigentes). Demissão porque se a esmagadora maioria dos trabalhadores estão de greve (e vão trabalhar normalmente mas usam a braçadeira do luto) isso é sinal que a Liderança está ferida de morte. E o dirigente/político demite-se.

Também poderiam os funcionários públicos complementar a bracadeira com uma enchente de cartas dirigidas ao senhor primeiro ministro...podiam tocar tambores defronte de sua residência, dias a fio...enfim, tudo o que fossse legítimo para mostrar descontentamento mas sem fazerem chantagem e usarem os trabalhadores do sector privado como seus reféns...

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