sexta-feira, agosto 29, 2008

Marca Portugal


Marca Portugal

Irá algum potencial turista ou investidor reparar nas medalhas que iremos (não) ganhar em Londres 2012?

Paulo Gonçalves Marcos

Terminou a participação portuguesa nos Jogos e julgamos útil ressalvar alguns aspectos de gestão bem como aferir do seu potencial económico. Para a China ou Cuba, regimes ditatoriais, os Jogos são uma montra de afirmação política e de determinação ideológica. Para os restantes países, os Jogos podem ser outra coisa qualquer. O caso português, contudo, é mais complexo…Uma prestação paupérrima face aos objectivos contratualizados de quatro a cinco medalhas com mais dois punhados de finalistas…Resultados obtidos estão ao nível de “grandes potências desportivas” como a República Dominicana, Trindade e Tobago, Quirquizistão…Um atleta que se declara indisponível fisicamente para participar, quase nas vésperas do arranque do certame…outra, que após uma eliminação inglória, queria entrar de férias…os árbitros, as provas madrugadoras…Enfim, uma parte dos atletas portugueses exibiu ausência de sentido de responsabilidade ou de profissionalismo. Uma liderança do contingente português entre o patético e o politicamente absurdo. Um simpático governante que fala de sorte ou de azar, como se de um Casino se tratasse…Concorrer ao mais alto nível implica conjugar mais e melhor apoio técnico, nutricionistas, fisioterapeutas de topo, acompanhamento psicológico e o uso de antigos atletas como ‘coachers’. Como fazem os EUA, a Austrália, o Reino Unido …Para evitar os desaires típicos de uma síndrome Mamede, mais de vinte anos depois…. Demitem-se os responsáveis, cobertos de vergonha? Não…A fazer fé no Diário de Notícias (27.08) aumenta-se os prémios para os atletas…A velha e improdutiva política de deitar dinheiro para cima dos problemas. É claro que uma parte dos 15 milhões gastos na preparação destes Jogos poderia ser usada de forma economicamente mais proveitosa. Na Promoção de Portugal enquanto destino turístico no Mercado Escandinavo, por exemplo. Quase 25 milhões de cidadãos de elevado poder de compra, culturalmente bastante homogéneos, privados de Invernos amenos. E aos quais Portugal pode oferecer boa gastronomia, a simpatia das gentes, a beleza da língua e a sonoridade da mesma (afinal não é apenas o italiano que é cativante!), o sossego, a paisagem, as infraestruturas turísticas. Mas os Nórdicos demandam em grandes números a Espanha, Itália, Grécia ou mesmo destinos no Extremo Oriente (reparou o leitor no número enorme de vítimas nórdicas entre as do Tsunami?). Compram residências de segunda habitação em Espanha (quase 300 000 já o fizeram). E Portugal como se posiciona nos mercados nórdicos? Pouco presente em campanhas publicitárias, as parcas aparições na televisão ou na imprensa são facilmente suplantadas em intensidade pelos outros destinos supracitados (mas também pelo Chipre ou Malta). O sucesso de alguns produtos portugueses (mormente o Vinho) ainda não é capaz de per si só provocar o efeito de arrastamento cultural que lojas e produtos espanhóis ou italianos conseguem fazer. Quatro operadores turísticos, instalados nos mercados nórdicos, dominam os programas e as rotas que são propostas aos turistas escandinavos. Numa lógica de rotatividade ao longo do mediterrâneo, em sistema de quase leilão colocando em compita os destinos. Em que uma região ou país que num ano está na “moda” é obliterado no ano seguinte, em benefício de algum outro que mais benefícios ofereceu. E por isso a nossa estupefacção com a notícia do DN. Uma parte da verba poderia ser melhor usada em mais e melhor promoção e comunicação portuguesa (também com acções locais de alto impacto mediático) na Escandinávia e na tomada de uma participação accionista nas empresas distribuidoras (operadores turísticos) locais. Afinal não é diferente do que a Inapa, Corticeira Amorim ou Tafisa/Sonae fizeram aquando do seu processo de internacionalização! Compraram ou tomaram o controlo dos canais de distribuição. De que está à espera Portugal? De algum potencial turista ou investidor reparar nas medalhas que iremos (não) ganhar em Londres 2012?


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Paulo Gonçalves Marcos, Economista

Comentários
Paulo Curto de Sousa (curtodesousa@gmail.com)
Para resultados desportivos de elevado nível torna-se fundamental conjugar um conjunto de factores, entre os quais o mais importante… a atitude e confiança dos atletas. E é um factor que pode ser desenvolvido e trabalhado. Aliás, algumas das soluções são referidas no artigo. Há que responsabilizar os atletas pelas suas prestações… mas principalmente pela forma como abordam e encaram a competição. E essa atitude vai determinar o nosso posicionamento. Seja no desporto, seja na economia global. Abraço.
vg
Estou de acordo que o tempo de espera das malas ,na Portela, é um assunto mais grave para o nosso turismo
Antonio Moreira
Para alcandorar a imagem de Portugal a outros planos a participação nos Jogos Olímpicos é irrelevante. São outros os produtos e serviços portugueses que podem contribuir para isso. O nosso vinho, claro, os nossos escritores e o nosso turismo. Nisto estou de acordo com o autor.
Maria Jesus Chapelle
Esta mania de deitar dinheiro para cima dos problemas assemelha-se a deitar combustível para uma fogueira. Nada resolve. Por isso de acordo.
Jorge Oliveira
Caro Paulo : "Uma liderança do contingente português entre o patético e o politicamente absurdo". Infelizmente é verdade, mas... a liderança do próprio país não sofre do mesmo? É tudo fruto da mesma árvore.
António d'Abril (ansylva@gmail.com)
Prezado Paulo G Marcos, Identifico-me com as suas preocupações e alternativas para promover a marca Portugal. Contudo, a maior prova desportiva mundial pode ser aproveitada para elevar a marca Portugal, tanto mais que este ano decorreu na China, grande potencial escoador dos produtos e serviços nacionais. As medalhas podem não alavancar a economia mas o ambiente em torno dos Jogos poderia ser uma oportunidade a não desperdiçar. Tal como na gestão desportiva, a empresarial e governamental não tem o culto da partilha de esforços (financeiros, humanos e materiais) para atingir o objectivo comum. Assim, Londres pode ser igual a Pequim ou Sidney!

Fed launches a new online resource to help in refinancing a home loan

Location: New York
Author: RiskCenter Staff
Date: Friday, August 29, 2008

The Federal Reserve Board on Thursday announced the launch of an online resource to help consumers make informed choices when refinancing a home loan.

"A Consumer’s Guide to Mortgage Refinancing," which is available at http://www.federalreserve.gov/pubs/refinancings/default.htm, contains useful tips and answers to frequently asked questions about the refinancing process. The information provided can help consumers determine when refinancing makes sense, what a refinancing will cost, and whether it is advisable to switch into a different type of mortgage. Consumers will also learn about mortgage terms and how to calculate the time it will take to recover refinancing costs before benefiting from a lower mortgage rate.

Choosing a mortgage is the most important financial decision many individuals will make. Consumers are encouraged to ask questions about loan features when talking to lenders, mortgage brokers, settlement or closing agents, and other professionals involved with the transaction to ensure that they have clear and complete answers.

The site also provides mortgage shopping worksheets, a glossary of mortgage terms, a link to an online refinancing calculator, a printable PDF format, and links to the Board’s other consumer education resources on mortgages.

In addition, the Board has updated the publication "What You Should Know about Home Equity Lines of Credit" to include information for consumers on line of credit freezes or reductions in lines of credit. The updated information is available at http://www.federalreserve.gov/pubs/equity/equity_english.htm. Lenders and creditors may use the earlier version of the print version of this material until existing supplies are exhausted.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Let the mind rule over the body

"Now if you are going to win any battle you have to do one thing. You have to make the mind run the body. Never let the body tell the mind what to do. The body will always give up. It is always tired in the morning, noon, and night. But the body is never tired if the mind is not tired."

- George S. Patton, U.S. Army General, 1912 Olympian

segunda-feira, agosto 25, 2008

Medals count

As recently as 1988, China won just five golds.

In these Games, it has been powered by eight golds in weightlifting, seven in diving and five in shooting. While the Chinese have won their share of heavily contested competitions, such as women’s gymnastics, the focus on more obscure sports has paid dividends.

China doesn’t apologize for it. Nor should it. It has its goal and the perfect plan to attain it.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Requiem por Jan Palach

«Requiem por Jan Palach» (*)

Arde o coração de Praga.
Arde o corpo de Jan Palach.
Podemos dizer que o Rei Venceslau,
montado em seu cavalo,
também viu crescer o fogo
em que arde o coração de Praga.
João Huss, queimando o seu corpo,
também arde na Praça de Praga.
E os cavaleiros da Boémia,
o povo e os grão-Senhores,
os operários de Pilsen,
os poetas e cantores da Eslovóquia,
todos ardem nessa tarde e nessa praça.
Queimamos a coragem e o heroísmo,
queimamos a nossa infinita resistência.
Não é verdade, Soldado Schweik?

Eles vieram das estepes e disseram:
É proibido morrer pela Pátria,
é proibido resistir à opressão,
é proibido combater a ocupação. (Refrão)
É proibido amar os campos verdes do seu país.
É proibido amar o verde da esperança.
É proibido amar a Esperança

Estás proibido, Jan Palach!
És proibido, Jan Palach!
Estás proibido de existir, Jan Palach!
Estás proibido de morrer!

Eles vieram das estepes a disseram
todas estas palavras.
Mas também é verdade que disse um dia o Rei Venceslau,
montado em seu cavalo:
«Esta nossa terra será livre,
e nela crescerão livres
as virgens, as mães e os filhos.
E nela crescerão livres as flores.»
E das flores virão rosas,
rosas brancas, para cobrir a campa
de Jan Palach.
Arde o Coração de Praga,
arde o corpo de Jan Palach,
arde o corpo do Futuro.
E já cresce a Primavera!

(*) Letra de José Valle de Figueiredo, escrita no fim dos anos 60. Música de Manuel Rebanda. O intérprete que mais tem divulgado a canção é José Campos e Sousa.
Jan Palach imolou-se pelo fogo em Janeiro de 1969, em pleno centro da Praça Venceslau, em Praga, símbolo do fundador da nacionalidade.

domingo, agosto 17, 2008

Michael Phelps

BEIJING – Michael Phelps started the climb up a set of stairs, parting a sea of photographers and reaching upward past a railing for the arms of three women. One by one, his mother Debbie and sisters Hillary and Whitney leaned over and clenched him tight. When it was over, he buried his face in his mother’s shoulder and cried.

At long last, number eight—shared with three of the most important people in his life.

Several grams of gold hanging around Phelps’ neck had finally lifted the cinder blocks of pressure and expectations from his shoulders. Twelve years of buildup, spun forward from the day Phelps’ coach Bob Bowman told Debbie of her 11 year-old son, “He has the potential for greatness.”

Olympic Games, gold medals, world records—Bowman looked at a gangly bundle of right angles and hyperactivity and saw the biggest things.

“I thought he was nuts,” Debbie remembered later. “I told Bob that he was crazy. He was telling me all this stuff, and all I could think was, ‘Bob, I’m raising a middle school child.’ ”

What Bowman couldn’t see at the time, and what no coach truly knows until far down the road, is that Phelps would be the perfect star surrounded by the right constellation of support. A little tight-knit universe that was on public display Sunday, when Phelps climbed into the stands and embraced the three women who have all contributed—in ways small and large—to his greatness.

Three women who helped the middle school child grow into a man, and on Sunday watched him realize more than anyone could have imagined. A planet built in six days was conquered by Phelps in nine, producing eight gold medals, seven world records and one titanic sigh of relief.

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“When we train every day, sometimes there are sets or workouts that you don’t want to do, and Bob is always, ‘This is putting money in the bank, and at the end of the year you’re able to withdraw it.’ I made a big withdrawal,” Phelps said. “I guess I put a lot of money in the bank over the last four years and we withdrew pretty much every penny in the bank.”

But while the coach and star have made the biggest deposits, some of the small ones have been some of the most important.

Many from his mother Debbie, a middle school principal who went to the greatest lengths to keep his life normal when he was living under her roof, making it a point to ask him, “Are you happy? Should we be doing something different?” When Phelps moved to Ann Arbor, Mich., to train and also stretch his legs as an adult, Debbie grudgingly let him go. And when he would return to visit—hair too long, face too scruffy and hat tilted to one side—she bit her lip and let him find his own way.

“Michael is my son,” she said while describing those days, “and I will always love my son.”

And Phelps has returned that love in his own way as a young man, showcasing mettle over the last nine days that can only be found in the sturdiest of foundations. In a way, Debbie had raised her son for moments like these—raised him to be strong enough to accept the criticism and structure of Bowman, but also thoughtful enough to keep close to his heart the goals in his life and swimming career. Goals that Phelps would never openly reveal until Sunday, when he admitted, “They all happened this week.”

In some way, he owes part of this accomplished dream to his two older sisters—Hillary, the eldest and most laid-back, a swimmer who went on to star at the University of Richmond, and Whitney, the middle child who had her Olympic dreams cut short in the pool, but not before displaying the same fiery seed that eventually blossomed in Phelps. Phelps likes to say that Bowman was the one who taught him to dream the biggest dreams, but he does so in the wake of the women who came before him.

Which may be why his career arc is dotted with memories of his sisters, from Hillary taking “little Phelps” to the pool while she went through her own practices, to bounding around Whitney’s Olympic swimming trials in 1996, looking for autographs. He gets his cool from Hillary, who made friends fast and cherished the relationships she had outside the pool. And he gets his fire from Whitney, who at five years old punched her sister’s front tooth out after a shoving match.

US swimmer Michael Phelps (C) greets family members after the men's 4 x 100m medley relay swimming final medal ceremony at the National Aquatics Center during the 2008 Beijing Olympic Games in Beijing on August 17, 2008. Michael Phelps became the first man to win eight gold medals at the same Olympics when the US won the men's 4x100m medley relay final in a new world record time.   AFP PHOTO / MARTIN BUREAU (Photo credit should read MARTIN BUREAU/AFP/Getty Images)
US swimmer Michael Phelps (C) …
Getty Images - Aug 17, 12:29 am EDT

Two women who have been there in the best of times, like Sunday, and the worst, like four years ago, when they witnessed a 16-year old boy taunting Phelps after his DWI arrest: “Hey Phelps! Go have a beer and get behind the wheel!” Hillary and Whitney wheeled around on the kid, their fists balled and eyes filled with lava. His only saving grace came from Phelps’ mother, who preferred to look it at like everything else: a lesson.

“The ups and downs, sometimes you have to have that,” Bowman said. “There will be bitter disappointments, and Michael dealt with those the best way he could. He handled it the right way. You just have to do that and have that support system around you. Michael has had that and he will always have that.”

And that was never more evident than Sunday, when Phelps stood on the medal podium for the last time at these Games, looked off into the distance at his mother and three sisters and finally let the emotion wash over him. Maybe that’s the last lesson he learned in all of this. Sometimes the best things in life aren’t accomplishing the impossible dreams or winning the most inconceivable races.

Sometimes it’s not about the gold medals you collect, but the people who you share them with.

quinta-feira, agosto 14, 2008

África e Português




África e português

Angola e Moçambique precisam desesperadamente de mais quadros qualificados e de maior esforço de formação nos mesmos.

Paulo Gonçalves Marcos

Fizemos, recentemente, viagens a Angola e a Moçambique, mais concretamente a suas cidades capitais. A confirmação, antes de mais, de que continuam a ser cidades de beleza ímpar. Plenas de encanto e magia. A gentileza de amigos, locais e expatriados, o contacto com empresas, quadros e, amiúde, com anónimos cidadãos, deram-nos a oportunidade de partilhar com os leitores do Diário Económico a nossa percepção do que está a acontecer nestes países e como seria desejável que evoluísse o seu processo de desenvolvimento. No início de Julho, Portugal formalizou o perdão da dívida externa de Moçambique para com o nosso país, avaliada em 249 milhões de euros. Mais que o contemporizar com o passado, um voto de confiança no futuro. E na Filda 2008, a grande montra das actividades económicas de Angola, a que o primeiro-ministro português dedicou uma visita, Portugal foi distinguido com os prémios de “melhor participação estrangeira” e de “maior representação oficial”. Em Maputo e Luanda, a primeira surpresa, a de verificar que em ambas as cidades se respira uma atmosfera efervescente de ambição, de espírito empreendedor, como se o céu fora o limite da imaginação e da acção humana. Vontade de reconstruir e de investir. Empresas com produtos e serviços inovadores, ao nível do que de melhor se faz nos mercados de primeiro mundo. Especialmente verdade nas telecomunicações, nos serviços financeiros e nas bebidas. Fez-nos lembrar a atmosfera que se respirava em Portugal em meados da década de oitenta…A mesma energia criativa. Claro que o estádio de desenvolvimento de Angola e Moçambique faz com que as prioridades tenham que ser diferentes de uma sociedade europeia. No caso daqueles dois países existem muitas similitudes: recuperar infraestruturas físicas; substituir importações de produtos essenciais; qualificar recursos humanos nas áreas da gestão de empresas (e Administração Pública), ensino, engenharia, medicina. Vitais para consolidar os avanços económicos e sociais da última década e preparar ambos os países para a integração nos fluxos comerciais internacionais. Esta integração, relembre-se, foi vital para que países do Extremo Oriente saíssem de situações de pobreza e devastação pós guerra (veja-se o paralelismo com ambos os países africanos), e se alcandorassem a patamares de desenvolvimento que hoje parecem invejáveis para os padrões africanos. Indonésia (com uma guerra civil), Coreia do Sul (guerra, civil?), Tailândia, Malásia, entre outros, à laia de exemplo. Como excelente base de partida o facto de quer em Angola quer em Moçambique se encontrarem quadros qualificados, de muito boa craveira intelectual e técnica. Com formação universitária e experiência profissional de cariz internacional que os expôs a sociedades e mercados mais sofisticados. Cerca de 50.000 portugueses em Angola (a maioria qualificados) e um número inferior em Moçambique (metade?), a que se juntam um contingente significativo de quadros locais que regressaram aos seus países de origem (frequentemente com carreiras de dez ou mais anos em Portugal). Mas aqui parece estar o principal constrangimento. Ambos os países precisam, desesperadamente, de mais quadros qualificados e de maior esforço de formação nos mesmos (sem surpresa, o Brasil financiou a construção de uma academia de formação para quadros superiores da Administração Pública Angolana…). Por isso a presença do primeiro-ministro português na Filda 2008 ou mesmo a intenção de reforçar o contingente de professores portugueses (nos ensinos básicos e secundário) são relevantes, mas quiçá insuficientes do ponto de vista estratégico. Uma política de concessão de vistos de trabalho e de turismo, mais expedita e menos burocrática, para nacionais lusos ou africanos; coadjuvada por uma política de bolsas de estudo no ensino superior português a jovens africanos de elevado potencial; e complementada com uma aposta na formação de executivos e quadros da Administração Pública parecem-nos vitais para assegurar a manutenção de elevadas taxas de crescimento em Angola e Moçambique e relações comerciais intensas entre estes países e Portugal. De facto, se não o fizermos quanto antes, a aposentação e eventual falecimento de elites portuguesas e africanas que estudaram juntas na então metrópole, ditarão a perda de influência económica portuguesa, com resultados potencialmente nefastos para os três países.

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Comentários
Antonio Moreira
O ponto relevante prende-se, como diz o autor, com a mobilidade de pessoas entre os países africanos e Portugal. Sem essa, nada feito.
Maria Jesus Chapelle
Parabéns ao jornal que há vários dias dedica uma importância considerável a Angola. Parabéns ao autor, pela síntese e pela perspectiva. Pena que o Dr. Luís Nazará, na grande entrevista de hoje, não tenha percebido a relevância estratégica de África.
Paulo Curto de Sousa (curtodesousa@gmail.com)
Não podemos arriscar perder a influência económica, diplomática e social nos países de língua oficial portuguesa. E principalmente nestes 2 em virtude do potencial que encerram. Não nos esqueçamos que mais de metade das nossas exportações são para países onde se prevê um período de recessão muito em breve. Torna-se fundamental incrementarmos relações económicas em países onde a crise parece "ter passado ao lado" e onde se prevê um crescimento muito rápido brevemente. Com as afinidades linguísticas e históricas que temos com estes países seria um desperdício não os apoiarmos no esforço de desenvolvimento, tornando-nos parceiros privilegiados e assim incrementar as nossas exportações. Semear para depois colher... Abraços.
vg
Quando parte a sua próxima caravela , a ver se me inscrevo...?
João Pedro Neto
Excelente Artigo. Um abraço e boas férias ou bom trabalho, JPN
Miguel Monjardino
Caro Paulo Gonçalves Marcos, As "coisitas simples" dão sempre muito trabalho. Gostei muito. Espero que esteja bem. Miguel Monjardino
Paulo Marcos (paulo.marcos@marketinginovador.com)
Caro Vg estava com saudades! como calcula não tenho nenhuma...mas por isso podemos escrever com mais independência, não acha? As melhoras.
MAVERICK
Angola? Fiem-se e depois não se surpreendam! Moçambique? Seguramente!
Raquel Seabra
Ola Gostei muito do seu artigo! Quanto mais estou fora do país mais sinto vitais as relaçoes com os PALOP. Que Angola e Moçambique não sejam como o Brasil em que claramente apanhamos o comboio ja muito tarde... Espero que esteja tudo bem por Lisboa. Um beijinho, Raquel
Raquel Seabra
Ola Gostei muito do seu artigo! Quanto mais estou fora do país mais sinto vitais as relaçoes com os PALOP. Que Angola e Moçambique não sejam como o Brasil em que claramente apanhamos o comboio ja muito tarde... Espero que esteja tudo bem por Lisboa. Um beijinho, Raquel
Jose R.
Paulo A tua análise está correctissima.
João Calqueiro
Um artigo bastante interessante sobre a realidade desses dois países que tantas ligações têm a Portugal. Mas grande parte dessas ligações dizem respeito ao passado pelo que é necessário renova-las para que esses países possam crescer com o apoio dePortugal, com tal as empresas portuguesas terão a acesso a um mercado de uma riqueza natural tremenda e com um potencial de crescimento elevadissimo. Concluir destacando esse espirito empreendedor e a força de vontade existente, mas tal não chega sem know how

terça-feira, agosto 12, 2008

Artigo no Diário Económico de amanhã sobre Angola e Moçambique

Caros leitores e amigos

Amanhã estará outro artigo meu na edição em papel e online do Diário Económico, o jornal económico de referência em Portugal.

segunda-feira, agosto 11, 2008

EU Solar Energy

Location: New York
Author: Ken Silverstein, EnergyBiz Insider, Editor-in-Chief
Date: Monday, August 11, 2008

Europe's solar energy market may catch fire. Government subsidies there are playing a big part, all in an effort to help the continent reach its goal of increasing its renewable generation mix from 8 percent today to 20 percent by 2020.

The ultimate aim is to reduce greenhouse gas emissions tied to global warming. The European Union (EU) is a global leader and as such the member nations enacted incentive programs to achieve their desired results. It all bodes well for solar power. Growing demand, in fact, has helped reduce production costs through the advancement of solar-cell designs and manufacturing processes.

According to consulting firm Emerging Energy Research, Germany now accounts for roughly half of all the installed solar capacity in the world. Within the EU, it is followed by Spain. The countries make up 92 percent of the continent's installed photovoltaic (PV) solar capacity of about 1,500 megawatts. Italy, Greece, France and Portugal are expected to produce the lion's share of PV projects in the coming years. But the establishment of subsidized programs in other markets that include the Czech Republic, Bulgaria and Switzerland has set off a off a wave of PV expansion.

"The European solar PV market is becoming increasingly fragmented across the value chain from manufacturers to project owners with installers and developers operating in the continuum" says the firm's senior analyst Reese Tisdale. Emerging PV-based power producers range from renewable energy utilities to specialized solar PV plant owners looking to gain market share. They include German developers Conergy, City Solar and Phoenix Solar as well as such as utilities as Electricite de France, Iberdrola, Electrabel and Enel.

"Given their existing contacts with commercial and industrial clients, and a proven appetite for renewables, European utilities are well-positioned to enter the PV generation market as the sector transitions toward rooftop installations," says Tisdale.

One of the keys to this growth is "feed-in tariffs." Such government incentives guarantee each plant operator a fixed tariff for electricity generated that is channeled into the grid. Each grid system operator is obliged to pay the statutory fee, which is dependent on the technology used and the year of installation. Ultimately, though, the cost of solar must drop at least 50 percent to compete with other alternatives -- something that investment banking firm Morgan Stanley says is possible within five years.

The rapid growth of the solar sector, however, is a double-edge sword. That's because the supply side has not been able to keep up with demand, forcing industry players to seek cheaper but less efficient solar cells. Silicon is prevalent today but "thin film" is giving it a run for the money. To survive, Tisdale says that the players will have to demonstrate that they are nimble and can adapt to readily changing market conditions.

Global Model

PV is a type of technology that converts sunlight directly into electricity. It is the fastest growing energy technology in the world, increasing at an average annual rate of 48 percent since 2002. While Europe's PV market is 1,500 megawatts, the U.S. solar PV market is roughly 500 megawatts -- a figure induced, in large part, by existing tax credits. By nearly all estimates, solar energy use globally will continue upward.

Without question, Germany remains the world leader. U.S. utilities have thus set out to learn from the German experience. At a recent fact-finding mission, those companies learned about feed-in tariffs, solar technologies and grid-integration processes. Toward that end, they discovered that even with solar penetration rates of 20-30 percent, grid integration issues are not a problem for German power producers.

"Germany has established a national renewable program that has achieved impressive results in terms of the large amounts of solar deployed and innovative developments in solar technology," says Roy Kuga, vice president of energy supply for Pacific Gas & Electric and a member of the delegation. "The technology innovations are directly transferable to the U.S. and will facilitate the scalability and competitiveness of solar."

Utilities in this country are seeking to diversify their fuel supplies to meet clean air requirements and certain renewable portfolio standards. Europe is propelled by similar rules, although member states are signatories to the Kyoto Protocol that obligates them to reduce their heating trapping emissions.

Fostering the increased use of solar energy is therefore an absolute necessity in Europe. While expensive and time-consuming, some scientists said just recently that a relatively small amount of sunlight from Southern Africa and the Middle East could one day meet all of the continent's energy needs. The never-ending sun in those places helps defuse the argument that renewable power is intermittent.

Those scientists, from European Commission's Joint Research Centre, say that it would take billions of dollars and another four decades to achieve such ambitious results. Along those lines, the EU must not only build huge solar farms but it must also construct a "supergrid" to carry the electricity over long distances and high voltage lines.

"For the EU to reduce its greenhouse gas emissions by 20 percent by 2020, many of the required technologies have already been made available while others are in the final stages of development," says Giovanni de Santi and Magda Moner, of the research group. "PV technology is one important element of this technology portfolio." The investment should also include cleaner coal and second generation bio-fuels, they say.

Europe's strategy to bolster its solar supplies could become a global model. It's a pursuit centered on providing incentives and enforcing environmental mandates, all to attract savvy participants, improve technologies and bring down costs.

Republished with permission from CyberTech, Inc. EnergyBiz Insider is published three days a week by Energy Central. For more information about Energy Central, or to subscribe to EnergyBiz Insider, other e-newsletters and EnergyBiz magazine, please go to http://www.energycentral.com/.

TESCO on the Move...

Location: New York
Author: Peter Welch & Steve Worthington
Date: Monday, August 11, 2008

At the end of July 2008, Tesco, the U.K.’s largest supermarket group, announced it is to buy the Royal Bank of Scotland’s (RBS) share in their 50/50 joint venture Tesco Personal Finance (TPF) and take full control. The move, widely expected, brings to an end Tesco’s eleven year partnership with RBS. It forms part of a strategy by Tesco to increase its share in fast growing services markets.

Tesco’s decision appears nothing if not brave. In the wake of Northern Rock and the credit crunch, the U.K.’s financial services looks like a market to avoid rather than invest in. Yet despite a deteriorating climate, Tesco has signaled ambitious plans for TPF. Over time, the retailer plans to "extend its financial services business from a collection of popular financial products to that of a full service retail bank." Given market conditions and retailers’ mixed record in financial services, can Tesco make this work?

TPF is profitable, reporting profit before tax of £206 million for 2007 on net assets at year end of approximately £560 million. But the business is comparatively small, with, in Tesco’s own words, material market positions in only two core segments – namely car insurance (4.3 percent) and credit cards (6.9 percent). Insurance represented over 60 percent of TPF’s 2007 profit before tax. Tesco’s buyout of RBS is based on the objective of expanding TPF beyond car insurance and credit cards. It plans both to build TPF’s share in those segments where it currently has smaller market positions [for example, home insurance (two percent) and savings (0.8 percent)] and to enter new retail banking segments.

However, even before considering where TPF might expand, it is worth noting that the business faces tough challenges in its current core markets. Both car insurance and credit cards are highly competitive, with the latter under major economic and regulatory pressure. While TPF currently has a high quality credit card book, the U.K. market is now ex-growth and a downturn may put the loan books of even the most conservative issuers under pressure. In addition, regulatory intervention is squeezing or threatening key revenue streams, notably overlimit and late payment fees, PPI commissions, and interchange.

Tesco and TPF also face specific strategic questions in each of the segments. With car insurance, TPF launched its insurance comparison portal, Tesco Compare, in 2007. But will it be credible for TPF to be both an insurance provider and comparison site operator in the longer-term? With the credit card business, there is the tension on interchange between TPF as an issuer and parent Tesco as a card acceptor. While interchange is an important revenue stream for TPF, its retail parent is a strong opponent of the way in which rates are set and supporter of regulatory intervention by the OFT and European Commission.

Of the other retail banking segments that TPF might consider entering, the two largest are clearly mortgages and current accounts. Indeed, it is difficult to see how TPF could be developed into a full service retail bank without offering at least one of the two. With the former, TPF has made a virtue of its absence from mortgages and therefore lack of exposure to some of the difficulties currently being experienced by may banks. This hardly suggests a keenness to enter the market. And, from a new entrant’s perspective, prospects for the U.K. mortgage market are probably as bad as they have been for a decade. With the latter, Tesco intriguingly says its plans for the future development of TPF include the possibility of a current
account product. However, the characteristics of the U.K. current account market – notional "free banking" and, in the words of the Office of Fair Trading (OFT), much of banks’ revenue "derived opaquely" – make it difficult for new entrants to develop a viable product. Consumers would no doubt welcome a TPF current account with a decent credit interest rate and lower unauthorized overdraft charges. But then where do TPF’s current account revenues come from?

TPF may be anticipating that the OFT’s current investigation of unarranged overdraft charges and actions following its recent study of current accounts will change the market’s economics. For example, were the OFT to limit unarranged overdraft charges in the way they have limited overlimit and late payment fees on credit cards, this may force significant changes in banks’ pricing of current accounts. And this in turn may allow TPF to introduce a product that is both competitive and financially viable. But the full implications of the OFT’s investigation remain far from clear.

No longer under any pressure or obligation to do things the traditional bank way, TPF may bring some fresh ideas to the design and delivery of financial services. TPF has already shown an innovative approach with its travel insurance. Clubcard holders can pick up a pack in-store and take it to the checkout with the rest of their shopping. As soon as the insurance pack is scanned along with the Clubcard, the customer is insured. But even here, TPF’s capacity to innovate may in practice be limited. There are very few financial services that can be sold in this way, and regulatory and data protection constraints often push in the opposite direction. And the hard truth is that bringing greater transparency to financial services can mean losing the opaquely derived revenue on which profitability may depend.

Given its size and track record, few would want to bet against Tesco. And its move is a welcome boost for the beleaguered financial services sector. But expanding its presence in U.K. retail banking at this point in the cycle is an ambitious move indeed.