Sector financeiro atrasado na adopção da DMIF
Faltam cerca de três meses para a entrada em vigor do diploma que ainda tem regulamentação por concluir.
Paulo Xardoné, MiFID Group Coordinator, na NOVABASE, mostrou-se preocupado com o desenrolar de todo o processo relacionado com Directiva Europeia Mercado Instrumentos Financeiros (DMIF).
A DMIF ou MiFID, que entrará em vigor no próximo dia 1 de Novembro e visa criar um mercado único ao nível dos serviços financeiros, é ambiciosa e está a provocar muita agitação no mercado financeiro, segundo o responsável da NOVABASE.
Qualquer banco ou corretora de qualquer país da União Europeia passa a ter 400 milhões de potenciais clientes, explicou o responsável em declarações à "Vida Económica", à margem da conferência "MiFID II - Time to Action", que reuniu cerca de 80 profissionais dos serviços financeiros.
"A Directiva visa não só criar esse mercado único dos serviços financeiros, através da uniformização das regras (o que significa um aumento da concorrência europeia), mas tem em paralelo uma grande preocupação com a segurança do investidor. Outro grande objectivo subjacente da DMIF é permitir a concorrência com o mercado norte-americano", explicou o responsável.
É uma Directiva ambiciosa, mas também uma directiva de orientações e de bom senso.
Uma das partes da Directiva que mais tinta tem feito correr prende-se com a Boa Execução ("best execution"), que tem como objectivo garantir para o cliente a boa execução das suas ordens e obrigar a instituição financeira a ser capaz de o provar.
Juan Carlos Nieto, Global Head of Business Development, na Rabo Securities, dedicou toda a sua apresentação a explicar aos presentes a importância desta parte da DMIF. "Afinal, a prática de Boa Execução já existia, a grande questão é que agora é necessário ser possível prová-lo", explicou Paulo Xardoné.
Juan Carlos Nieto explicou que "há atrasos, mas que ainda vamos a tempo. Os bancos que ainda não se adaptaram devem fazê-lo. Eu, pessoalmente, gostaria que os bancos do Mediterrâneo fizessem face à concorrência", evidenciou.
O ponto da situação
"A generalidade do sector financeiro na Europa está atrasada e poderá eventualmente não estar preparada no dia de entrada em vigor da Directiva", explicou Xardoné, acrescentando, no entanto, que o sector tem de estar preparado, até porque a Directiva se inspirou em muito nas boas práticas da Inglaterra.
E se os restantes países não estiverem preparados, os serviços financeiros serão ultrapassados pelas empresas britânicas que estão preparadas para a entrada em vigor da Directiva".
Paulo Marcos, do departamento de Compliance, do BES, explicou que este banco está a preparar-se para a entrada em vigor da Directiva desde 2005 e que está tudo a decorrer dentro dos prazos previstos. "Vamos aproveitar as oportunidades que se nos colocam", sublinhou o responsável, acrescentando que, "com a nova Directiva, a concorrência a nível europeu será maior, mas que, ao mesmo tempo, muitos operadores de menor dimensão irão desaparecer".
"Não estão ao alcance de qualquer organização os investimentos que esta Directiva obriga. Tecnologia, formação, adaptação de contratos, gestão de projectos, estão entre os itens a ter em atenção, num investimento que deverá rondar os 20 ou 30 milhões de euros por empresa", referiu o responsável do BES.
MAFALDA SIMÕES MONTEIRO
Vida Económica
27-07-2007
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