sexta-feira, janeiro 27, 2006

A semana em revista

Os factos novos da semana

  1. A vitória eleitoral do Hamas. Ao contrário da generalidade dos comentadores, penso que a História nos tem demonstrado que os radicais, quando legitimados, têm maior capacidade de negociar processos difíceis.

  2. A recondução de Constâncio no Banco de Portugal. No rescaldo eleitoral da vitória de Cavaco Silva, ninguém ligou muito ao anúncio do Ministro das Finanças. Pode ter sido essa a intenção...

  3. Os lucros do BPI. A denotarem um forte crescimento, com a operação de Angola a contribuir quase com um terço do total. Parece ter sido uma boa aposta.

  4. O anúncio de novos investimentos estrangeiros em Portugal. Grandes, de elevado valor e com impacto sobre a balança comercial e algum sobre o emprego. Falta saber o valor das contrapartidas financeiras a prestar pelo Estado português.

  5. O frenesim em torno da Portugal Telecom. A dança das cadeiras.

  6. O artigo do Jornal de Negócios sobre o Marketing Financeiro com as declarações do meu amigo professor Bruno Cota.

  7. O caso MIT desencadeado pelo professor José Tavares. Talvez rude e inconveniente na forma mas quiçá eficaz em assegurar o compromisso do Estado português. Derrota do lobi do Técnico?

  8. A vitória eleitoral do professor Cavaco Silva. Dizem que foi à tangente. Parece-me afirmação simplista. Ganhar com 60.000 votos a mais que todos os outros juntos é “à tangente”?

  9. As bandeiras do CDS e do PSD que apareceram aquando do discurso da vitória. Já cheiravam a naftalina...

  10. A entrevista de Miguel Cadilhe à TSF, cujos excertos foram hoje conhecidos mas com divulgação integral no próximo Domingo.

1 comentário:

Anónimo disse...

DOS FACTOS DA SEMANA
Importa ressalvar dois em particular:

O caso J TAVARES versus MIT.

Importa referir que nos anos oitenta o MIT sob contracto do LNETI, presidido pelo Professor Veiga Simão, elaborou um conjunto de documentos técnicos que visavam o desenvolvimento de certos sectores industriais portugueses, acrescentando valor aos pontos fortes, identificando os pontos fracos e juntando aqui algumas pistas para possíveis soluções. Edição limitada como convém, propriedade de alguns ilustres membros da Administração Publica Nacional. Autenticas bíblias de status governativo.
Não é de estranhar, pois, que o Governo Sócrates retome o pathway que o MIT então lançou, tão-somente por estar no actual colégio ministerial alguma do entourage criada pelo Professor Simão antes e após o 25 de Abril de 74 em torno do ministério que governa a economia, a industria e o comércio.
J. Tavares pode até ter sido rude mas foi a voz, quiçá solitária, não comprometida com o aparelho, que por si mesmo comprometeu a maquina que de continuidade em continuidade torna a economia portuguesa num balde de feijões com distribuição previamente marcada, coibindo a livre iniciativa, a livre economia e a possibilidade de desenvolvimento económico para o País. Já que a questão é saber se não existem tecnólogos no País que possam dar novidade e conteúdo programático ao País Económico e Industrial. Esta é a cedência mais clara de Sócrates aos Estados Gerais à novíssima trupe de reflexão independente da intelectualite económica nacional.


VITORIA ELEITORAL DE CAVACO SILVA

Como já referi Cavaco Silva, o Professor, ganha justamente as eleições porque o resultado obtido expressa a ruptura com o sistema democrático representativo. Por isso ganhou à primeira volta.
È o Homem que se quer que venha por Ordem na Republica, anunciando, quando em vez, a possibilidade do fim do regime representativo semi-presidencialista.
Do Professor espera-se a nova Constituinte, que transforme o regabofe parlamentar em Câmaras verdadeiramente participadas.