Nestes últimos três meses recebemos pedidos de aconselhamento de jovens (e não tão jovens) profissionais que queriam saber a minha opinião sobre a sua adesão à rede multinível denominada AGEL.
Relembre-se que no Verão de 2007 o suplemento de Economia do jornal Expresso dedicou-lhe um artigo, não demasiado abonatório.
Mas julgo que importa lançar alguma luz sobre o que está em causa:
- o Marketing multinível é algo de muito antigo;
- apesar de todas as organizações que o praticam mencionarem que desta vez são diferentes, que os outros não são tão sérios, ou que o produto que se propõe comercializar é único, distintivo, etc, etc.
- rainbow (aspiradores), amway, herbalife, são as mais conhecidas em Portugal.
- todas estas empresas assentam naquilo que se chama o círculo quente, ou seja, os familiares e amigos do "vendedor", eufemisticamente denominado "associado", "membro" ou algo equivalente. Familiares e amigos aos quais os "associados" da organização vão vender algum produto;
- tipicamente trata-se de um produto que requer algum esforço de persuasão pessoal e que as pessoas não se lembrariam de comprar de outra forma;
- mais complexo, ainda, requer que o "associado" use a sua rede quente para promover o produto ou serviço. E use, acima de tudo, a sua reputação.
- claro que vender ao círculo quente de alguém é mais fácil (ao tio, padrinho, madrinha, irmãos, cunhada, etc) do que vender aos estranhos; e isso releva que nas organizações de marketing multinível apenas sobrevivem as pessoas que conseguem vender produtos que não são de primeira necessidade a estranhos;
- algo difícil, muito difícil,...provavelmente menos de uma pessoa em cada mil consegue manter-se na operação multinível passados 6 meses...esgotada que foi o círculo de pessoas que lhe compraram o produto, mesmo não precisando dele, por amizade.
Portanto, se alguém não tiver mais nada que fazer a sua reputação e contactos próximos do que vender um produto de terceiros, mais a mais relativamente inútil e caro...avance...mas o seu tempo e reputação é que estarão em jogo...da próxima vez, se e quando tiver algo seu que gostaria de vender - e não um produto de terceiros - que pode ser um novo projecto empresarial - como acha que vai estar a sua reputação?
Lutamos por uma banca saudável e solidária. Lideramos o melhor sistema de saúde em Portugal. Gostamos de coisas boas e com estilo. De produtos e serviços únicos. De pessoas com convicções e de uma boa conversa. De vinhos bons, que não têm que ser caros. Gostamos do ar livre, do mar e do sol. Do design e boa arquitectura. Achamos que a Economia, Política e a Fé (seja lá o que isso for) fazem o mundo girar. Adoramos o Benfica. Amamos os nossos filhos.
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2 comentários:
carissímo Paulo Marcos, acabei de ler o seu comentario em relaçao a Agel e reparei que o senhor nao sabe realmente do que esta a falar, apenas limitou-se a comparar a Agel com outras companhias de venda , mas caso o senhor nao saiba mas tenho muito gosto em informa-lo que a Agel é uma rede de CONSUMO e nao de venda, logo ai marca a diferença e mais, foi a pioneira a lançar-se em 12 paises em simultaneo, pelo qual sugiro o senhor a visitar o site www.agel.com ou entao o www.universalagelteam.com e depois de ver a verdadeira agel e compreender como funciona terei todo o gosto de o ter na minha rede de Consumo
cumprimentos
Caro Sr. Paulo Marcos,
Em adição àquilo que o Sr. disse na sua mensagem, cumpre-me informá-lo que a Agel foi considerada um "esquema de vendas em pirâmide", pelas entidades ASAE (que fiscaliza o diploma legal em questão) e DECO.
Tenho comigo a documentação que o comprova. Enviei para as entidades em questão um conjunto de perguntas acerca do modo de funcionamento da empresa e as respostas foram esclarecedoras e coincidentes.
A empresa vem camuflada pela sigla das "Vendas Directas" (e do "Marketing Multinível"), conforme aquilo que o Sr. diz na sua avaliação, mas o que sucede é que não pretendem vender nada a ninguém, e aqui já entramos no comentário do Sr. Anónimo que lhe respondeu. O que acontece é que se estabelece uma rede de consumo próprio entre os membors, que ficam obrigados a comprar o produto à empresa para poderem receber comissões do downline - e a maneira de pagar essas compras é recrutarem mais pessoas para fazerem compras.
É por isso que é um esquema em pirâmide. A maioria (90% ou mais) fica sempre a perder dinheiro.
De Vendas Directas, cá por Portugal conhecidas por Vendas ao Domicílio, a Agel não tem nada.
Isto não invalida, de qualquer forma, aquilo que o Sr. aponta: numa empresa de Vendas Directas legítima, é muito difícil ser-se bem sucedido. Passados alguns meses a maioria dos participantes desiste. Os números para a Herbalife por exemplo, apontam para 98% de desistentes ao fim de 14 meses. Números avançados pela própria companhia.
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